A entrevistada da última semana foi a Switcher Cind Poet. A entrevista aconteceu no dia 13/06/2014.
Eventuais erros na entrevista são de responsabilidade dos autores e não do blog. Apenas organizamos as perguntas e respostas para melhor entendimento.
Bia Baccellet Inicia
agora a entrevista com Cind Poet Weronese. Após a
apresentação as perguntas estão liberadas. Por favor apresente-se. Somente
serão aceitas postagens de perguntas, comentários somente após o término.
Cind Poet Weronese Boa
noite, sou a SW Cind Poet Weronese, praticante de
BDSM a quase uma década, sou Bissexual, só domino mulheres e Sissy, escravos
/sub masculino possivelmente em eventos, avulsos. Sou estudante de psicologia,
estou a frente do projeto Reserved, e não sou muito boa para apresentações, o
que desejarem saber, favor perguntar
Bia Baccellet Boa noite Cind Poet Weronese. Como conheceu o BDSM? Essa pergunta
é meio praxe...
Cind Poet Weronese Nunca tive um comportamento
"convencional", e desde a adolescência procurava respostas para
minhas pulsões, fui pesquisando em revistas de foruns (dentro de revistas tipo
Sexy), cheguei a rede sociais, e conheci minha mentora, que hoje tem 72 anos,
Ktrine Sir, fizemos contato por cartas, ela me orientou quanto o que ler e
onde, hoje mora na Inglaterra.
Caio Flavio Prezada Cind Poet Weronese, apesar que
Nietzsche não seja um filósofo correlato à Psicologia, eu como conhecedor de
boa parte de sua obra admiro alguns pontos abordados por ele, principalmente no
prefácio do livro "O Anticristo" que afirma: "As condições sob
as quais sou compreendido, sob as quais sou necessariamente compreendido —
conheço-as muito bem. Para suportar minha seriedade, minha paixão, é necessário
possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar
acostumado a viver no cimo das montanhas..." - Desconsiderando todo o
contexto que este fragmento foi retirado e apenas interpretando ele da forma
mais literal possível, você acredita que o BDSM somente é ou deveria ser
praticado por pessoas que vivem no "cimo das montanhas", ou seja,
pessoas que enxergam as coisas altivamente? Acredita que nós os BDSMers estamos
em um "além mundo" incompreendido pela maioria? Resumindo: entende
que o BDSM é para ser vivido para quem nasceu "destinado" a este a
mundo ou que qualquer pessoa pode viver em todas as instâncias de profundidade
oferecida por este universo?
Cind Poet Weronese Uau, começou bem caro Caio Flavio, amo Nietzsche, mas não tão
profundamente. Mas vamos lá, independe do contexto de qualquer autor, vou
responder pela minha pulsão e experiência. O BDSM, a filosofia, subcultura,
seja o que for que se esteja no contexto de experimentações pessoais, para mim
são válidas, necessárias e possíveis. Todos possuem o proprio universo, talvez
mais raso, ou mais profundo, talvez nem saibam que exista um nome para ele,
então , destinado para mim seria uma forma de limitar as opções, e sou
ilimitada, rsrs qualquer ser pode sim viver o BDSM e tirar o melhor para si,
desde que de forma responsável.
Marco Bauhaus Mishima Boa
noite Cind. Vamos a umas perguntas.
Qual a pior coisa que você já viu no BDSM?
(Ou seja, aquela coisa que mais lhe horrorizou ou causou nojo ou qualquer outra
reação desagradável.)
Cind Poet Weronese Serei breve nesta reposta Marco Bauhaus Mishima : A
irresponsabilidade com a Dominação Psicológica, a única coisa que me causa
nojo, repulsa e aversão dentro do BDSM
Lucy De Daniel Cind, você sempre se soube masoquista?
Como se deu esse processo de descoberta e como desenvolveu seu corpo para isso?
Cind Poet Weronese Lucy De Dom Daniel, sempre aprontei muito, na infância
fui o cão, e na criação que tive, a correção era pela dor, rsrs, continuei
aprontando... E continuei a procurar fora da relação familiar este mesmo
conceito, ser punida,, fui pesquisando com os anos a associação do prazer e da
dor, e pude então reconhecer o meu "rotulo" . Não desenvolvi o meu
corpo, é um processo continuo, e precisa de reforço permanente, ou para mim (na
minha experiência) voltamos alguns degraus na resistência, sou hard, e preciso
por minha pulsão para trabalhar, e busco isso na relação, o não é um limite que
ainda não aprendi a respeitar.
Marcia Leite Boa noite....suas praticas
preferidas? E qual vc nao faria?
Cind Poet Weronese kkkkk Marcia Leite, me pegou agora em um pponto
engraçado ou tragico, explico: A dominação psicologica é uma das praticas que
gosto, spanking, chuvas ( todos liquidas!!), agulhas, cordas (tudo que tenha
cordas), velas, rituais , tarefas (Amooooooooooooo aplicar e receber) , é mais
fácil o que eu não gosto (contudo, não descarto).
Gabriel Souza SenhorRasputin Você começou
no BDSM como sub ou como Domme? Como foi o seu processo de descoberta como
Switcher?
Cind Poet Weronese Gabriel Souza SenhorRasputin Comecei como
sub, passei a vida toda nesta modelo de criação Bau, na relação com meu
primeiro Dono e Marido, tive que ensinar a ele o que eu gostaria de receber,
com isso senti o prazer que ainda não tinha vivido, não exatamente de ser dome,
mas o poder de ser livre para trocar de papeis, porem só depois da separação
pude viver isso, pois ele tinha vergonha que todos soubessem que eu praticava
Dominação com ele .
Shikomi Sakura De Lorde Sandman Boa
noite, Cind, você disse está a frente do projeto
Reserved, pq decidiu cria-lo?
Cind Poet Weronese Shikomi Sakura De Lorde Sandman, cheguei ao BDSM
sedenta para viver, fosse o que fosse, mas não cheguei tão crua, pois trazia a
experiências negativas da vida, e tive ajuda de valor inestimável quando
consegui cair nas mãos de uma dominante seria e disposta a passar a alguem que
realemtne acreditasse nesta vida, tudo que ela sabia, gosto de observar, e observando
fico triste, pois o meio esta frio, divido, mesquinho, se perdeu um pouco do
que conheci no inicio, mais restrito, porem mais real, mais verdadeiro, a ideia
do projeto é trazer esses valores novamente, proporcionar exposição sim, porem
com o maximo de segurança, com o maximo de informação e doação.
Marco Bauhaus Mishima E a melhor
coisa...? Aquela que mais lhe encantou e/ou lhe motiva a praticar o BDSM Cind?
Cind Poet Weronese rsrsrs Marco Bauhaus Mishima, a liberdade é o
que motiva, ser eu mesma, fazer (com responsabilidade) o que me der na veneta,
onde e como, como sou extremista e impulsiva nas minhas pulsões, o que quero
muito pela manha, pode esfriar no fim da tarde, então vivo o momento, seja a
pratica que for.
Caio Flavio Cind Poet Weronese, sou um admirador de teu trabalho,
do Reserved e de teus estudos e sei que conhece e aborda muito o tema dominação
psicológica. Quero saber: na tua opinião Dominação Psicológica pode estar
correlacionada com Dependência Psicológica? Quando há essa dependência que
observamos muitas vezes em alguns relacionamentos, pode ser considerada uma
espécie da Sadismo Psicológico, ou até mesmo uma simples chantagem emocional
por parte do dominador ou a dependência faz parte do processo de DP? A DP pode
atingir o bottom e de alguma forma ele se beneficia desse método empregado
"contra" ele? Teoricamente o bottom não é o "Dominador
Psicológico" do casal?
Cind Poet Weronese ai Caio Flavio, eis meu dilema, DP, me deu toda
felicidade do mundo, toda segurança para viver o BDSM, toda segurança para
enfrentar o BAU, em contra partida, me tirou a vida, acredito que estou hoje de
hora extra, não vou contar minha historia, pois é chata, por q foi minha,
mas a maioria q esta aqui participando da entrevista me ajudou ou acompanhou,
de botton passei a lixo, de dominada a dependente. Caso exista alguma vantagem
ou privilegio, esqueceram d me informar, rsrs DP é uma CX de pandora, não é
para quem quer (seja dominar ou ser dominado Psicologicamente), é para quem tem
estrutura para responder pelas consequências quando algo da errado, e ao
manipular a mente , a psique de um individuo, a unica certeza que se tem, é que
uma hora (dentro de 1 mês, ou 10 anos) algo vai dar errado, e ai ... não tem
para onde correr, é preciso ter sorte com quem esta em ambos os lados, uma sub
com uma puta alto estima? Segurança emocional? Um dominante responsável que
acompanha lentamente o processo reverso da co-dependência? Não sei realmente
esta resposta, acredito até que ela não exista. Ainda tenho sequelas da DP,
ainda tenho a vida limitada, é que sou abusada, sou guerreira, e vou vencer uma
hora, sem pressa. ( Deixei algo sem responder??? me diga por favor)
Marcia Leite Cind Poet Weronese vc sente preconceito contra os
sw?
Sandro Do Nascimento Norberto Boa noite
querida Cind
qual a maior dificuldade que você encontra no meio por ser uma switcher?
Cind Poet Weronese Marcia Leite e Sandro Do Nascimento Norberto, ser uma SW ...
sobre os preconceitos, acho que com o tempo deixei de perceber eles de forma
clara, meio que ignorei tanto que nem noto mais com tanta facilidade, mas sim,
existem e vão sempre existir. Nem todo Dominante tem .... (não posso escrever a
palavra que quero) competência para submeter uma SW, ai vc fica mais
restringida, mas como sou exigente mesmo, não me choco com a fraqueza d alguns
dominantes , alguns q possuem ate mesmo o medo de ter seu proprio lado SW
desvendado ao se relacionar com uma SW, o mesmo para algumas sub, possuem uma
tipo de admiração com aversão rsrsrs, sou uma aberração, sou SW, Sou feliz.
Estrela Yvaine Boa noite Cind Poet Weronese! Gostaria de saber como é sua
relação com seus afilhados. Já que é madrinha de algumas pessoas que conheço e
que também tenho muito carinho. Sua participação vai da liturgia á pratica?
Cind Poet Weronese Estrela Yvaine, não ia não, se limitava a teoria,
ex dono não me permitia muita coisa, mas depois ... comecei a ser cobrada por
eles quanto as praticas, principalmente por eu ser SW , e sim, com alguns bem
proximos eu desenvolvo metodos de praticas ( sessão avulsa com outros
participantes, ou individual) , assim tmb aprimoro e troco experiencia, e aprendo
sempre com eles.
Estrela Yvaine Cind Poet Weronese Tenho muita curiosidade em
saber sua opinião sobre a visão de uma SW em relação ao seu Dono. O modo de
pensar e agir muda ou é como se ela fosse apenas uma bottom na relação. O que
difere?
Cind Poet Weronese Estrela Yvaine Eu Cind, mudo completamente, ou
penso que mudo, o dono seria mais certo para responder sobre isso, rsrs, Mas ja
teve momentos em que tentei abafar a pulsão de dominar e não foi uma ideia
legal, fui sinalizada que estava avançando meu limite como sub, e ele é 101%
dominante, e sim, me orientou da forma correta. Gosto, e preciso viver o que
sinto, mas no lugar certo e na hora certa, dai tudo se estabilizou. Quando na
presença dele, ou representando ele, sou sub e dependente de direcionamento.
Cind Poet Weronese Gabriel Souza SenhorRasputin So afirmei e
vivi o que observava e desejava, obtendo o ápice de prazer com isso, mas
acredito que ser tolido de qualquer coisa, é uma violência, e que quando somos
libertos da violência, vivemos intensamente. E minha principal visão de BDSM
sempre foi o respeito (que eu não tinha, por ser tolida de ser eu mesma), e só
enfatizei mais ainda essa postura. O BDSM reafirmou o que eu tinha receio de
assumir: sou determinada, teimosa, geniosa, atrevida, estudiosa, abusada,
respeitadora, humilde, arrogante, rsrsrs reafirmou que sou livre , para o que ?
para viver como eu quero como individuo
Antenor Del Castillo Boa noite
membros do grupo,boa noite Cind Poet Weronese. Sou Dom Antenor Del Castillo de SP.
Pergunta: conhecendo sua vivencia no meio, unida aos seus conhecimentos e
estudos da psicologia como vc percebe as reações dos participantes no universo
Sm/Ds em razão dos prazeres vivenciados.
Caio Flavio Cind Poet Weronese, Aproveitando o gancho deixado peloGabriel Souza SenhorRasputin, na maioria das
vezes observo que os SW iniciam como submissos para depois desenvolverem seu
lado dominador e inclusive verificamos isso nos primórdios do BDSM lá nos
militares que iniciavam como subs para então poderem se tornar Tops ou não. Com
base nisso, acredita que os Dominadores tem aversão à submissão ou outro motivo
que os impeçam de descobrirem um possível lado submisso e então assumirem esta
posição SW? E enquanto submissa, (antes de se descobrir SW), em algum momento
achava que a Dominação era algo que nunca iria fazer? Exceto pela hierarquia
natural que há entre Top X Bottom, haveria outro motivador que poderia impedir
um Dominador a ser um submisso em outros momentos?
Uma segunda pergunta, sobre o tema SW (pode responder em duas prestações):
Pegando o gancho da Estrela Yvaine: Uma SW, que na qualidade de submissa
possui um dono, como seria (ou é) na seguinte situação:
Como Top, essa SW quando tiver uma posse (sub), como seria a relação? Em algum
momento estaria o lado Top condicionado à vontade do Dono e com isso ele teria
o direito de interferir ou exigir algo na dominação, sessão ou outros momentos
com sua propriedade? Teria ele o direito de impedir o contato ou realmente não
haveriam interferências quando o sub tivesse necessidades em sua dona? Seria
uma dominação plena em todos os sentidos sem fatores externos interferindo
(dono)?
Ele (o dono) possui a SW (“pacote completo”) ou a sub? Teoricamente, e
desproposital da minha parte parecer irônico ou sarcástico, pelo contrário, uma
SW em sua submissão não seria uma brat, uma vez que conhece as artimanhas do
dominador, ou seja, conhece o “outro lado do chicote”? O dominador precisa ser
mais flexível e polivalente para possuir SW?
Possivelmente eu não te incomode mais essa noite. É que tenho essas dúvidas! -
Ja vi respondeu parcialmente o que perguntei em outras respostas. Grato
Shikomi Sakura De Lorde Sandman O que você
sentiu ao participar do trabalho acadêmico que fiz, ao ver o resultado e suas
respostas?
Marco Bauhaus Mishima Infelizmente
minha última pergunta - pois terei que sair.
Qual sua grande curiosidade no BDSM Cind?
E seus grandes planos? (As coisas que mais gostaria de realizar.)
Cind Poet Weronese Marco Bauhaus Mishima uma play
party tamanho familia - nível internacional, sem egos, estrelismo, cada um no
seu quadrado, mas com muito tesão de passar para frente, uma gigante troca de
figurinhas (responsável) , rsrsrs, participar ja serio o maximo, na verdade
estar a frente de algo, significa automaticamente que vamos aproveitar menos
que gostaríamos. Minha maior curiosidade seria: ate onde vai meu limite comigo
mesma? vivo em busca dessa resposta.
Cind Poet Weronese Caio Flavio
Acredito que as crenças ( valores que temos de famlia, cultura...) influenciam
sim, geram e tmb trazem para o BDSM o que deveria ficar la fora, como o
preconceito, o julgamento... etc...
Caio, na verdade, quando parei para analisar minha primeira relação BDSM, eu
pude contemplar o quanto era uma boa dominante, rsrs eu Criei um dominador para
mim ( ainda tenho duvida se era para servir a ele, ou se era o que eu queria
como servo), mas assumir publicamente sem
ameaçar o fim do meu casamento e D/S ... nem cogitava essa possibilidade.
São os preconceitos q impedem , que engessam as pessoas de serem felizes, de
errarem ou acertarem.
Cind Poet Weronese Caio Flavio tudo é negociado, e eu grito
nisso -NEGOCIAÇÃO -
primeiro me foi proposto que o que é meu é dele, fiquei de pensar
sobre, e chegamos ao acordo de que tmb temos q partir do principio de que
o que for meu tmb tem o direito de negociar sobre isto, não daria para
antecipar... e com o tempo, em relação ao uso: ele decidiu que não queria o q
fosse meu, o que fosse meu seria então so meu, mas tmb so minha a responsabilidade
sobre.
Quanto a decidir sobre as necessidades do que for meu? cabe a mim
a segurança da sub, me responsabilisei ao asumir ela, e ele ao aceitar que eu
tive uma sub.
Ele tem (como para mim qualquer outro dono de SW teria) o dever e direito
de me direcionar, sinalisar, orientar, e ate decidir s terei ou não uma
determinada sessão com a minha sub, sobre mim ele pode tudo, sou objeto dele,
faz d mim o que ele quer, aceitei assim na negociação.
Contudo, ao negociar com outra vida, eu acho, que ser dono por tabela é facil
e
tmb inrespon´savel, se for usar, cuide, zele.
se nao vai usar o que é meu, cuide de mim, pois se eu errar
significa que aprendi mau, que o exemplo nao foi bom, pois
tericamente a sub é o reflexo do dono.
Sera que respondi certo, ou me enrolei? rsrs
Cind Poet Weronese Bia Baccellet, por favoer, minha net esta lenta,
então quero saber: todos podem perguntar de uma vez, e eu vou respondendo a
todos sem parar ate apos o horario ?
Bia Baccellet Podem perguntar até 23h. Depois
pode ir respondendo com calma. Mesmo após o horário. O limite é para as
perguntas.
Shikomi Sakura De Lorde Sandman Pra vc Cind, há diferença entre ter uma serva ou
servo? meninos ou meninas para submissos?
Cind Poet Weronese hahaha Shikomi Sakura De Lorde Sandman, eu vi o trabalho
assim que vc e seu grupo o finalizou, mas ver o trabalho na telona? ... ouvir a
minha vida como sub? Foi um presente para mim, senti orgulho de ser eu mesma,
não usar disfarces, de ser a mesma como individuo - porem ter evoluido como
individuo tmb, de ainda crer e possui (de forma mais acentuada) o desejo de aprender
e de passar para os que estão chegando. É ... fiquei orgulhosa de ser coerente
comigo mesma e com o que vivo.
Cind Poet Weronese Shikomi Sakura De Lorde Sandman para mim
seduzir ou dominar o mesmo sexo que eu é divino, é como dominar a mim mesma,
explorar a mim mesma como serva, é ver meu
reflexo como serva
e mulher. É aprender com o individuo que possui as mesma questões que nem
Freud explica, rsrs mas não tenho preconceito de dominar homens, foi só uma
questão de negociação, visto que com as mulheres (mesmo sendo Bi) , não tenho
tão aflorado o desejo sexual na dominação, mas (como boa ninfa que sou) com
homem, creio que teria o desejo sexual tmb despertado.
Bia Baccellet Cind Poet Weronese, quais as mudanças positivas que o
BDSM trouxe pra sua vida? Houveram experiências negativas? Se sim, elas já te
fizeram pensar em desistir do BDSM?
Cind Poet Weronese Bia Baccellet as positivas foram muitas,
principalmente quanto a aprender a calar, e a entender que cada dia sei menos.
A não me envolver em fofocas, a cuidar do outro sem esperar nada em troca
apenas por gratidão ao que recebi , llargar de mão a necessidade de me sentir
aceita, . A ser livre de Rotulos para mim foi e é a mais importante.
Cind Poet Weronese Bia Baccellet 1° Quantos as negativas... uau,
foram , acho eu, que quase na mesma dose > Não confio mais nas pessoas como
confiava, o valor e o peso da traição, ver minha vida mudar mais radicalmente
do q quando entrei no para o meio - me tornando um nada depois de ter
descoberto que podia ser tudo que queria. Pensei e tentei com afinco desistir
de viver o BDSM, chegar perto da loucura - ainda mais estudando a área, me assustou
muito. Primeiro por que sou masoquista , mas determino o que quero viver - e
ficar no meio era o mesmo que ter minha dor e limites determinados ou testados
aleatoriamente, depois orientada por amigos, que me apoiaram e me apoiariam a
tomar qualquer decisão, depois obrigada a me afastar por ordem medicas - ou
morria, ate por que devido ao ttratamento medico eu não consegui mesmo
interagir com nada nem ninguem - meio q vegetei, por ultimo com medo de
acontecer de novo.
Cind Poet Weronese Bia Baccellet 2° Então resolvi - como me
sugeriu alguns amigos que estão aqui, a seguir devagar, a me desintoxicar, a
viver o luto como eu achasse que deveria, e sem pressa ou pressão, e uma das
ajudas q recebi, foi um poema do Sandro Do Nascimento Norberto , INVICTOS, e
tomei as rédeas da minha vida , que seja um dia de cada vez , e esse poema para
mim refletiu o que muitos amigos estavam fazendo comigo e por mim :
...Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.
Marcelo Fernandes cheguei
(----0)
Cind Poet Weronese
1. para você qual a maior falácia que é falada no BDSM?
2. Na sua opinião por que o Brasil tem poucos Clãs?
3. Tirando o seu Dono, que outro Dono você considera um verdadeiro DOm no BDSM?
Que sub você indicaria como modelo de servidão?
4. No exterior é comum ter festas especificas no BDSM (festa só de pet play,
festa só de shibari, festa só etc..). Por aqui as festas são mais "vale
todos os fetiches". Acha que festas especificas funcionariam por aqui?
5. Qual sua maior tara?
Cind Poet Weronese Aff... tinha que ser tu Marcelo Fernandes , rsrsrs- vieste mandado hem
rsrsrs
vou responder por etapas
Existem tantos significados para falacia >
iludir (eis a questão, quem estaria iludindo ou sendo iludido)
enganar (quem esta no papel consciente ou inconsciente?)
Um apelo? ( do que ou de quem ? e pq?)
Generalizando:
irmã de coleira (quero agradar o dono, seremos amigas e tratadas iguais)
negociação ( manipulável para ambos se for na má fé , mas ai o caráter entra, e
nada tem haver com o bdsm)
Fidelidade (nem iria comentar... entra em todos os campos no bdsm, entre
pessoas, principios, valores, relações bdsm, relações bau X bdsm,)
A perfeição (seja Botton, seja Top, não existe e nunca vai existir, somos
homens antes de sermos BDSM)
Cind Poet Weronese Vou responder a 2° Marcelo Fernandes de forma bem enxuta e objetiva:
No Brasil não estamos capacitados realmente e culturalmente a viver em
sociedade, em zelar, em cuidar e dividir, somos egocêntricos, malandros e temos
sempre um jeitinho para tudo. > Clã significa evolução, amadurecimento
(ate mesmo cultural e social), fidelidade, responsabilidade e honra, dedicação,
compromisso, é preciso caráter ou total falta de ... tudo tmb depende de que
tipo de clã um grupo deseja formar. Existem clãs no Brasil porem são poucos,
alguns são podres e sujos, alguns disfarçados - maquiados, outros com o
proposito correto, mas use apenas uma mão para contar eles...
Cind Poet Weronese hahahaha Marcelo Fernandes, ainda bem que meio que já respondi
sobre o verdadeiro Dom - ele não existe e nunca vai existir no conceito geral,
ate pq o que é bom para um, é médio ou péssimo para outro, e ninguém nunca sera
bom o suficiente para ser endeusado. Meu Dono é perfeito e bom para mim, pq é
meu Dono. Adimiro alguns Dons e subs, mas não daria Oscar a nenhum, nao uma
recomendação publica. Caso um Dom, u sub, se ache um modelo, ja pecou como tal
(a perfeição que acredito esta na criação - o que estragou foi terem feito o
ser humano). Como falei anteriormente: BDSM me ensinou a desconfiar de todos,
mesmo os que confio.
Cind Poet Weronese Marcelo Fernandes, foi um dos motivos que o Projeto
Reserved foi criado, pois alguns poucos, acreditam que sim, somos capazes de
evoluir, e agir como gente grande, o evento foi seleto, reservado, discreto e
foi um sucesso de objetivo ( porem de dinheiro? kkkkkkk caso aceite algumas
dividas, me chame in box que te passo)
Cind Poet Weronese Viver é minha maior tara, sobreviver um
desafio.
Bia Baccellet Dez minutos para o fim da
entrevista. Façam suas perguntas!
Shikomi Sakura De Lorde Sandman O que é ser
raposa? mudou alguma coisa depois que vc começou adestramento de pet?
Caio Flavio Como psicóloga, poderia nos explicar se os traços Sádicos e
Masoquistas (Algolagnia) existem em todas os indivíduos e são desenvolvidos de
acordo com a criação familiar, social e cultural ou são traços pertencentes
apenas a alguns indivíduos seletos? BDSM no Brasil ainda é considerado uma
parafilia? Há algum mal nisso ou todos os indivíduos "sofrem" de
alguma parafilia? Precisamos de algum tratamento psiquiátrico para lidar com o
que somos ( ou nos tornamos)?
Se traços sadomasoquistas forem detectados em uma criança, qual deve ser o
procedimento a ser tomado por seus pais, caso conheçam o meio? Procurar ajuda
psicológica ou simplesmente instruí-lo para viver este universo de forma sadia?
Quero tua opinião de psicóloga e de Cind Poet Weronese
Bia Baccellet Perguntas encerradas.
Somente Cind irá postar as respostas às
perguntas já feitas dentro do horário
Bia Baccellet Obrigada pela participação de
todos. Obrigada Cind Poet Weronese pela
disponibilidade e pela grande entrevista. Parabéns ao SenhorCarlos Guttemberg Poet pela linda
raposa que possui. Obrigada por nos emprestar um pouquinho essa jóia. Boa noite
a todos.
Cind Poet Weronese KKKKKK Shikomi Sakura De Lorde Sandman te devo
muitas coisas, e essa é uma delas, rsrsrs. Viver o PET ... me libertou muito,
me proporcionou propriedade e segurança para ser nada ou tudo, para se
instintiva, para abusar como "sub" (leiam aqui por favor: abusar no
sentido de viver perigosamente o instinto sem tentar controlar nada, nem memso
o papel de sub), é ousar morder o Dono ( como sub ? castigo mortal, mas como
Pet tenho essa liberdade) . É mais um desafio para mim, pois estou sempre em
transformação, sempre vivendo, porem sempre respeitando o papel que me foi
permitido ou dado para viver. Amo ser A raposa de Carlos Guttemberg Poet, sou mais flexivel
e menos tensa, sou mais menina! Não: Sou mais bicho, rsrsrs um eu primitivo e
livre.
Cind Poet Weronese que vontade de soltar um palavrão Caio Flavio, rsrsrsrs vou responder sem ordem,
pois é um assunto dentro do outro: Na criança somente monitorar, pesquisar se é
natural/instintivo, ou causa e efeito. O cuidado maior é a permanência da
perversão, ser perverso é natural, todos (sem exceção) nascemos perverso, e na
infância é acentuado, pois agimos nesta face por instinto - desde que não
tenham sido atravessadas por outras questões
Cind Poet Weronese Não existe sofrimento na parafilia, salvo ser
for patológico, explico: Só é considerado patologico se lhe causar
comprometimento ( em diversos graus ou áreas) , ex: 1° (Perfil saudavel) Gozo
quando estou sendo chicoteada, mas gozo ""tanto quanto""
quando estou sendo apenas acariciada com douçura, 2°( Perfil Adoecido) fico
feliz quando estou controlando a vida da minha sub, sou produtivo no trabalho e
na vida social, mas quando não consigo controlar, ou mesmo contato com ela,
fico agressivo, descontrolado, mau, depre, desorientado
Cind Poet Weronese O ser humano precisa viver sua pulsão, sejam
elas quais forem, mesmo que tenha que viver ela sendo monitorado, mesmo com
ajuda. Nosso corpo reflete o que nosso cérebro vive. NOSSO CORPO FALA E ADOECE.
Trancar / abafar/ negligenciar dentro , vai refletir diretamente no corpo, em
dores, em doenças tratáveis e até fatais. Processo de somatização. Mente sã,
corpo são - é um fato cientifico.
Cind Poet Weronese o bdsm como um todo, ainda é muito pouco
estudado, mas o sadomasoquismo vem com estudo de longa data, saiu do dominio da
psiquiatria e entrou pelas mãos de Freud na psicanalise- mãe de toda
ciência da psicologia. > busquei este trecho na literatura ...
""Segundo Castro & Rudge , Lacan enfatiza que tanto o sádico
quanto o
masoquista se oferecem como instrumento de gozo do Outro, colocando-se em
posição de objeto. Para ele, ao contrário de Freud, o sadismo não é o contrário
do masoquismo. Ambos são, sim, complementares.""
Esta é para mim (cind) uma boa visão (minha) não só do sadomasoquismo,
mas
de toda parafilia que não seja patológica ( E que seja consensual).
.
E infelizmente no Brasil, a nível constitucional e legal, não temos direito
sobre nosso corpo. Um atraso de liberdade, contudo , dentro do contexto
histórico brasileiro - mesmo q contraditório a minha realidade, é aceitável,
não somos evoluídos (me refiro de forma ampla ) para decidir sobre nos mesmos,
basta olhar o meio social e democrático que votamos para viver - escolhas? sim,
imaturas, de um povo ainda evoluindo.
Cind Poet Weronese Infelizmente no mundo , o código F65,
constante no Código Internacional de Doenças (CID) ainda esta sendo revisado, e
reformulado, para reenquadrar determinadas parafilias e dentre elas -
patologias, mas por hora, para alguns autores e teoricos, continuamos a ser uma
aberração com questões de intervenção,mas , felizmente para outros teoricos e
autores, é nosso direito viver sem que soframos interferência quaisquer , sejam
medicas, ou sociais. Porem, os bons costumes ainda predominam e não nos
enquadramos neles.
Cind Poet Weronese Dono Carlos Guttemberg Poet eis a
entrevista já realizada, espero não te-lo envergonhado.
Cind Poet Weronese Meu caro amigo dom Antenor Del Castillo, me desculpe, na
correria me atrapalhei e marquei apenas o Lord Caio Flavio na resposta, mas era para
ambos, Agradeço vossa amizade e a consideração na entrevista, como tmb a
paciência em esperar pela resposta.
Aqui está o link da entrevista. Para ter acesso é necessário fazer parte do grupo.
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