Caminho para a descoberta – 3 passos para um bom início
Passo 2 – Torna-te quem tu és
Uma vez iniciado o caminho no mundo BDSM, nós experimentamos a sensação de sermos compreendidos, abraçados e nos sentimos realizados por finalmente saber quem somos que não estamos sozinhos nesse mundo de “loucuras” fetichistas. Essa sensação de estarmos finalmente completos muitas vezes vem com aquela vontade louca de experimentar e de podermos nos auto intitular praticantes de BDSM.
Mas nem tudo é assim tão fácil. Tão importante quanto conhecer seus desejos é estudar sobre eles. A palavra estudar passa uma impressão muito engessada e gostamos de usá-la, pois cria um senso de responsabilidade em cima do assunto. Uma coisa é saber que se gosta de coisas pesadas e outra é saber de quais coisas pesadas gostamos, porque estar aberto à todas as possibilidades nos coloca vulneráveis à situações que nem sequer imaginamos e acabamos traumatizados e nunca mais queremos voltar.
Tornarmo-nos quem nós somos demanda paciência, perspicácia, poder de observação e principalmente desconfiança. Desconfiar daquele sorriso ou daquele jeito sedutor ou mesmo daquela inocência. As pessoas que não conhecemos normalmente se mostram muito interessantes, somente o tempo mostra quem realmente elas são.
Ainda com isso tudo, é absolutamente normal perambularmos pelo meio termo entre o baunilha e o BDSM, afinal de contas, vivemos a maior parte de nossas vidas sob as convenções do mundo baunilha. E com isso não quero dizer que o baunilha não é legal, muito pelo contrário, baunilha é maravilhoso e muita gente prega o contrário, mas especificamente sobre isso falarei em outro post. Por hora vamos nos ater aos dilemas do querer ser e não querer ser.
Eu mesma já tive um complexo de identidade abandonando o baunilha, deixando-o totalmente de lado e voltando para ele como se fosse meu refúgio por não ter aguentado a intensidade. Não há mau nenhum em termos duas portas abertas. Eu gosto de ver filme no sofá da sala e na cama do meu quarto, com o BDSM e o mundo Bau é a mesma coisa. Aceito isso de forma natural porque ambos fazem parte de quem eu sou, quanto menos eu me cobrar e me questionar sobre isso, mais fácil é para desfrutar de tudo o que eu posso ser aqui. A palavra de ordem é “decisão”, é saber onde quer assistir o filme naquele momento e quando estiver deitada na cama vendo o filme não fique pensando “poxa, eu devia estar assistindo na sala” ou deixe alguém te questionar dizendo que filme se assiste na sala. Você pode fazer o que você quiser.
E é com essa frase de efeito que deixo você esperando a próxima publicação que fala justamente sobre fazer o que bem quisermos. Espero que tenham gostado, fiquem à vontade para tecer comentários e críticas. Todas são bem vindas e afinal de contas, ninguém pensa igual. :D
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