Texto de Bia Baccellet
Tenho há um tempo tentado rascunhar sobre o assunto de forma mais amena ou mais delicada, mas não tenho visto saída de uma abordagem um pouco agressiva para um assunto tão controverso.
Tenho há um tempo tentado rascunhar sobre o assunto de forma mais amena ou mais delicada, mas não tenho visto saída de uma abordagem um pouco agressiva para um assunto tão controverso.
Em minhas andanças e conversas e observações pelo BDSM(real e de internet) venho observando algo muito destrutivo: A exaltação da subserviência como modelo perfeito de submissão.
Aqui não vou colocar significados de dicionários para as palavras, já que o contexto delas é bem mais amplo do que o "pai dos burros" diz.
O conceito básico de submissão no BDSM é: Alguém que entrega o poder ou controle a outro. O nível de entrega é definido de acordo com o que os parceiros combinam, podendo ser mais superficial, somente no contexto sexual(EPE) ou pode ser mais profundo, levando a um controle de aspectos externos ou fora do sexo(PPE ou TPE). Leva-se em conta que, algo só pode ser entregue a outro quando a pessoa que entrega o possui, ou seja, só posso entregar o controle a outro se eu possuir esse controle. Só entrega poder, quem tem poder.
Uma pessoa submissa, dentro do BDSM, é alguém completamente capaz de ter o controle de sua própria vida, mas escolhe fazer isso por prazer e não por necessidade.
E a subserviência?
Seria exatamente o oposto da submissão. Alguém que não possui capacidade de controlar sua própria vida e coloca nas mãos de outra pessoa esse controle, não por escolha mas por necessidade. Uma pessoa subserviente precisa que alguém esteja no controle de sua vida, pois ela não é capaz disso. Torna-se dependente do outro para todas as decisões de sua vida, não porque ela tem prazer em ser controlada, mas porque precisa ser controlada, e se não acontecer assim, ela se torna incapaz de ter vida normal e produtiva.
Quando a submissão deixa de ser por escolha, por prazer e passa a ser uma necessidade, dependência, chegou ao nível da subserviência.
Um indivíduo submisso é completamente capaz de retomar o controle de sua vida quando a relação D/s acaba. É capaz de trabalhar, interagir e decidir tudo em sua vida sem necessitar que alguém esteja no comando. A submissão é concedida a quem ele julga capaz de lidar de forma saudável e harmoniosa com suas necessidades e desejos. Ou seja, um indivíduo submisso não pensa somente no prazer do outro, mas também no seu próprio prazer, e se esse requisito não for preenchido, o controle é retomado, ele é perfeitamente capaz de avaliar se suas necessidades estão sendo preenchidas.
Um indivíduo subserviente não é capaz de retomar o controle de sua vida quando a relação D/s acaba. Torna-se incapaz de de qualquer tarefa simples, como vestir-se, comer ou trabalhar. Torna-se dependente emocional e psicologicamente do outro, desenvolvendo uma carência afetiva exagerada, isolando-se de família e amigos. Um indivíduo subserviente pensa somente em satisfazer o prazer do outro, mesmo que isso o desagrade, como tentativa de cativar o parceiro, mostrando uma obediência cega e desmedida, sem mesmo avaliar potenciais riscos e danos à sua saúde física e mental. Mesmo quando é desagradado, o subserviente não demonstra repulsa, e não é capaz de avaliar se suas necessidades estão sendo preenchidas.
Um indivíduo subserviente não é capaz de retomar o controle de sua vida quando a relação D/s acaba. Torna-se incapaz de de qualquer tarefa simples, como vestir-se, comer ou trabalhar. Torna-se dependente emocional e psicologicamente do outro, desenvolvendo uma carência afetiva exagerada, isolando-se de família e amigos. Um indivíduo subserviente pensa somente em satisfazer o prazer do outro, mesmo que isso o desagrade, como tentativa de cativar o parceiro, mostrando uma obediência cega e desmedida, sem mesmo avaliar potenciais riscos e danos à sua saúde física e mental. Mesmo quando é desagradado, o subserviente não demonstra repulsa, e não é capaz de avaliar se suas necessidades estão sendo preenchidas.
Pessoas subservientes são alvos fáceis para aproveitadores e abusadores em geral, pois elas tendem a mostrar profundo apego em muito pouco tempo, basta receber atenção. Apaixonam-se com uma velocidade muito grande, possuem muita carência afetiva, e precisam o tempo todo ser motivadas a fazer algo, basta uma "ordem". Ao mesmo tempo em que subservientes costumam "minar" muito rápido seus relacionamentos, pois são carentes compulsivos, indo do riso ao choro em pouco tempo, acusando o parceiro de não se importar devidamente com seu bem estar e não estar no controle como ela gostaria. Costumam sofrer em demasia por relacionamentos muito curtos, mas ao mesmo tempo procuram alguém que supra sua necessidade de controle.
Um amigo muito querido, Don Marco Alighieri, definiu 4 filtros para detectar um bom praticante de BDSM, e aplicou esses filtros para indivíduos subservientes. Resultado:
1 - Ter autocontrole
O subserviente não tem. O que ele faz é uma compulsão movida à carência afetiva sexual ou de atenção, paixão descontrolada sem amor próprio, problemas em gerir sua vida ou distúrbios similares.
2 - Ter zelo pelo parceiro
O subserviente tem, mas só na aparência.
Porque se analisarmos à fundo, o que ele tenta criar é uma relação de irrestrita dependência, que à longo prazo prejudica à ambos.
3 - Ter motivação coerente
O subserviente desagrada à si mesmo para tentar cativar ao parceiro. Daí não é um kink em sentido algum, é uma mania.
E sua atitude é auto-destrutiva à longo prazo.
Ele maximiza suas próprias carências ao focar tudo em uma só pessoa, enquanto que tipicamente isola-se de parentes e amigos.
4 - Ter interação fluída
A grande tendência do subserviente é ser extremamente aberto ao parceiro exceto quando aconselhado à tratar-se.
É teimoso em tudo que de fato o contraria.
E tende à fechar-se à todo e qualquer aconselhamento externo.
Excelente! Realmente há muita gente confundindo subserviência com submissão.
ResponderExcluirE quebrando muito a cara né Priscila?
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