"NA BERLINDA BDSM" - LORD CAIO FLAVIO

  Seguindo o roteiro, aqui está mais uma entrevista dessa vez com um dos colaboradores do blog, Lord Caio Flávio.

  Vale lembrar que as entrevistas são apenas transcrições, sendo assim nada foi alterado e eventuais erros gramaticais são de total responsabilidade dos autores.

  Essa entrevista ocorreu no dia 24/04/2014.

    Bia Baccellet Iniciamos a entrevista de hoje com o Lorde Caio Flavio. Senhor, por favor     apresente-se ao grupo.

Caio Flavio Boa noite! Sou Lord Caio, tenho 28 anos e moro em SC. Casado no baunilha há 07 anos e com uma linda filha. Graduado em História, mas de profissão sou inspetor de qualidade, pianista e flautista, amante de Chopin, Claude Debussy e Rachmaninoff. Dedico-me ao ouvir música clássica boa parte do meu dia, mas também, uma boa dose de Aerosmith, Chico Buarque e Maria Bethânia me fazem um bem danado; filosofia é um amor platônico, pois tenho a impressão que ela não me corresponde, mas mesmo assim eu tento. Também dou umas pinceladas como webdesigner . Sou leitor de Nietczhe e me identifico com o seu “leitor” do prefácio da sua obra o “anticristo”. Aqui, sou Dominador há 08 anos com interrupções necessárias; sádico (teoricamente moderado); considero-me um Lorde, tendo em vista minha paixão pela nobreza, principalmente aos Senhores feudais e a significância das títulos, porém, não menos “amor” pelos inquisidores. Admiro a inteligência (me atrai) e as palavras refinadas, mas não dispenso um bom palavrão. Tenho encanto pela liturgia BDSM e por seus preceitos morais, como o significado da coleira, negociações, rituais e a D/s como um todo, porém me prendo ao que crio junto com outra pessoa e o que nos agrada. Também sou proprietário da page de humor Dominador Depressivo. (observação: Sofro do coração, portanto, perguntas complicadas podem fazer com que eu morra) Sejam todos bem-vindos!

Helena Pimenta Boa noite a todos! Prezado Dom Caio Flavio, por favor, poderia nos dizer como foi e por que se deu, seu início ao BDSM? Quais eram seus sentimentos a respeito, quanto tempo levou para se dar conta? Como foi sua evolução? Quais materiais o levaram a palavra "Lord/Dom" e sua identificação com tal. Obrigada!

Caio Flavio Helena, Conheci o BDSM depois de algumas crises existenciais e do meu desejo insano pela tortura, apesar de nunca machucar ninguém até hoje, na minha infância eu canalizava o meu sadismo em bichos de estimação (me arrependo duramente por isso). Então, comecei a pesquisar sobre o assunto e me deparei com o BDSM. Meu primeiro contato foi em salas do velho UOL, e logo me identifiquei como dominador. Posteriormente me dediquei muito aos estudos e práticas, o que faço até hoje. Minha evolução foi árdua, tendo em vista a grande carga religiosa que sempre me acompanhou. O Lord, foi simplesmente pela minha paixão pela nobreza, principalmente os ingleses e também pelo requinte dos mesmos, o que sempre me identifiquei muito; melhor ainda quando descobri que o título era utilizado aqui no BDSM com similaridade ao que eu desejava.

Marco Bauhaus Mishima Saudações, meu amigo Caio. Vamos lá... Quais as suas práticas favoritas no BDSM? Quais aquelas que você nunca quis praticar? E quais aquelas que praticou - e percebeu que não eram a sua praia?

Caio Flavio Saudações Marco Bauhaus Mishima! Poderia responder apenas as que não gosto, mas basicamente sou aficionado por: Domination, Wax Play, Bondage, Pet Play, Psychological Domination, Objectification, Spanking, Needle Play (não pratico ainda), Face Slapping, Orgasm Control, Nipple Torture e outras. O que não faria? Scat, escarificação, queimaduras, zoofilia e não sou muito afim de humilhações públicas (é quase um limite na minha dominação).

Gabriel Souza Buonasera! Como vc lida com a “vida dupla”?

Caio Flavio Dom Gabriel, Buonasera! Hoje em dia lido com muita naturalidade, mas já enfrentei grandes dilemas, justamente pela carga religiosa que eu tinha. Minha esposa é maravilhosa como baunilha, mas não consegue me oferecer o que eu necessito como BDSMer, então, parte da minha vida acontece nesse meio. É um desafio, pois não posso sequer ter instrumentos em casa; as meninas agradecem, porque sempre ganham um chicote.

Giulia Farnese Alguma vez, durante todo seu tempo como dominador, foi perseguido a ponto de precisar bloquear a pessoa, mudar de perfil ou chegar ao extremo de ir à delegacia para se proteger? Caso tenha acontecido, que aprendizados essa situação acrescentou à sua experiência?

Caio Flavio Giulia Farnese, felizmente nunca aconteceu tal coisa. Sempre fiz o possível para deixar claro que eu nunca seria um marido, apenas um dominador. Com tua pergunta, agora fiquei em dúvida se eu fui muito ruim, pq sempre que encerrávamos a relação, ninguém mais me procurava rs

Olívia Willians Boa noite !! Não podia deixar de dar uma passada por aqui . Então ... a gente sempre conversa sobre tudo , e sobre mil assuntos , mas acho que nunca ficou bem claro pra mim a sua real definição de ''modelagem '' da sub , quando falamos em moldar , falamos em deixa-los como queremos e fazer deles oque a gente quer e gosta , e deixa-los aptos a nos proporcionar prazer da maneira que ensinamos a eles , existe toda esta preparação acredito que na maioria dos relacionamento D/s , dito isso ,faço a mesma pergunta que foi feita a uns dias atras em outro grupo em que participamos , mas não vi você responder lá e continuo na dúvida .. você acha que o excesso da modelagem , por assim dizer,pode tirar a espontaneidade da submissa, aquela vontade própria de servir , aquela coisa do ''natural'' ??? por que sempre falamos , ''seja natural'' mas ai vamos la e mudamos mil coisas neles. O que vc tem dizer a respeito , e como é este teu processo de modelagem com as suas súditas ?? Graaande Beijooo

Caio Flavio Olívia Willians, tentarei ser bem sucinto, mas confesso que o excesso de "modelagem" pode robotizar uma submissa e não é isso que procuro. Procuro espontaneidade sempre, mas como vc mesmo falou, mudamos mil coisas em cada uma delas somente para nos agradar e fugimos ao "natural". Mas acima de tudo, acho que a submissa precisa encontrar formas de driblar isso e surpreender.

Giulia Farnese Em toda a sua experiência com dominador, alguma vez algo deu errado em uma sessão? Se sim, pode nos contar como e o que foi? Essa situação o marcou de forma negativa a ponto de não querer tentar repetir ou aprendizado ganho com isso trouxe maior confiança para os desafios futuros?

Caio Flavio Giulia Farnese, muitas coisas já deram errado sim, mas algo que marcou foi na minha primeira sessão, a que eu me sentia "o cara", pois não havia tido nenhuma experiência ainda, mas uma louca resolveu acreditar em mim. Enfim, fui realizar o spanking utilizando um flog, porém, este era de cabo longo e eu na minha empolgação, fui fazer uma graça e acertei o cabo do chicote com muita força nas costelas da menina; enfim, soltei um "ai meu deus", e no final ela teve que me acalmar. Foi horrível. Naquele momento tomei vergonha na cara e fui procurar ajuda.

Gabriel Souza E essa carga religiosa? Existe espaço na religião para o praticante do BDSM? Se sim, como encontrou o meio termo? Se não, qual a sua posição quanto à religiosidade hoje em dia?

Caio Flavio Dom Gabriel, a religião sempre foi a minha fuga para não aceitar quem eu era: um doente mental, pecador e endemoniado. A religião criou esse problema e me vendeu a cura. Religião e BDSM, a meu ver não combinam, ainda mais eu que era protestante. Hoje, sou ceticista pirrônico. Na minha vida bau, ainda vou à igreja de vez em quando, apenas como maestro e pianista, porém, nenhum laço me prende a tais instituições.

Dom Carrasco Boa noite nobre Caio... nos fale sua opinião sobre sessões virtuais..

Caio Flavio Dom Carrasco, cada dia que passa minha opinião sobre dominação virtual muda; acredito que ela muda tão rápido quanto a tecnologia evolui. Sinceramente, ainda tenho dúvidas se essas "sessões virtuais" são fetiches de alguns ou apenas medo de assumir compromissos reais, não posso afirmar. Eu, já fiz muitas brincadeiras pela cam, mas com meninas que realmente tivéssemos um potencial encontro real, mas jamais manter submissas virtuais. Mas, esta ferramenta é fantástica, pois conhecemos muitas pessoas e nos envolvemos, mesmo que em romances platônicos. (distância sempre será distância)

Dom Rodrigo Perfeito...Obrigado

Gabriel Souza Continuo curioso com a vida dupla, rsrs (Se for muito avançado na vida bainilha, por favor ignore a pergunta). Ao diser que não pode sequer ter apetrechos BDSM em casa, fica a pergunta: sua esposa sabe da existência do Lord Caio? Se sim, ela tolera a existência e compreende?

Caio Flavio Dom Gabriel, sem problemas. Não, minha esposa não sabe absolutamente de nada, mas de poucos meses para cá, senti uma vontade insana de falar sobre este mundo pra ela e aos poucos estou tentando chegar no assunto. Já temos algemas em casa, ainda não sei quem vai usar rsrsrs

Marco Bauhaus Mishima Alguma vez já foi chamado de "baunilha apimentado" ou "fetichista" por algum motivo pelos "tr00zões" que temos por aí, Caio? Se sim, por qual motivo foi?

Caio Flavio Não Marco Bauhaus Mishima rsrsrs, mas já fui chamado muitas vezes de Litúrgico (inclusive hoje rsrs), como se isso fosse uma ofensa pra mim. Porém, no início, lá pelos meus 22 anos, quando falava minha idade, muitas vezes fui "tocado" pelas submissas, mas só isso (que eu me lembro)

Lucy De Dom Daniel Dom Caio , boa noite : ) quando o senhor fala em "buscar ajuda" (no caso da sessão que deu errado - confesso que ri aqui), quer dizer nos livros ou com mentores? e, se em livros, poderia citar um que marcou seus estudos de forma positiva (o livro que mais o ajudou nesse processo de aprendizado)?

Caio Flavio Lucy De Dom Daniel, quando procurei ajuda, eu encontrei um mentor real na cidade que eu estava morando. Ele foi com a minha cara e acho que por pena ou simpatia, me ensinou algumas coisas e inclusive me deixou praticar na sua menina algumas coisas bem leves. Mas foi ótimo. Em livros, nunca tive boas referências (e grana), mas foi por falta de interesse mesmo, na época; me dediquei muito a estudar sites sobre o assunto.e participar de fóruns, mesmo sem dar pitaco.

Giulia Farnese O senhor tem algum castigo favorito que goste mais de aplicar? Caso não seja o mesmo, poderia nos contar o castigo mais severo que já aplicou?

Caio Flavio Giulia Farnese, meu castigo preferido é spanking nos seios, apesar que sou "delicado" para aplicar rs. Pra mim, o castigo mais severo que apliquei até hoje, foi manter minha menina nua, com as mãos na cabeça, vendada e apenas com o som de música clássica na sala. Ela ficou assim por umas duas horas e eu apenas a rodeava de vez em quando com o chicote em punho, a tocava suavemente, sempre dando a impressão que eu iria lhe infringir algo, mas eu nada fazia. A cara dela de angústia e desespero me marcam até hoje (adoro).

Gabriel Souza Opa! Chegou num ponto importante... Durante o seu processo inicial de aprendizagem, chegou a sofrer preconceito por ser um dominador iniciante e/ou por ter pouca idade? Como superou isto?

Caio Flavio Dom Gabriel, sim, sofria muito por ter pouca idade e mentia muito com o tempo, mas não dava certo, porque quando o papo evoluia um pouco, não dava para esconder a cara de menino rsrs. Eu sou muito feliz por ter encontrado um mentor por volta dos meus 24 anos (se não me engano) que me auxiliou.

Giulia Farnese Mantendo a linha de raciocínio de minha pergunta anterior, poderia nos contar a humilhação que mais gosta de aplicar e a mais seria que já fez?

Caio Flavio Giulia Farnese, a humilhação que eu mais gosto de aplicar, sem dúvidas, é a minha famosa brincadeira: 100 bolinhas de gude são espalhadas no chão e a submissa precisa empilhar todas em um canto da sala empurrando apenas com o nariz; às vezes defino tempo e às vezes não. A humilhação mais séria que eu fiz foi pedir para uma menina ir pedir dinheiro na rua, quase rolou safe, mas ela foi. Eu olhava ela pela janela, desesperada sem coragem, então, menos de 10 minutos eu liguei no celular dela e ela voltou para o apartamento. Abracei ela com muito carinho rsrsrs, tadinha!

Bia Baccellet Senhor Dom Caio Flavio, tem algum ritual definido para o aftercare?

Caio Flavio Bia Baccellet, um abraço, um banho, uma comida quente, uma bebida, um carinho, uma boa conversa.

Marcia Leite Boa noite Lord Caio flavio.. qual sua opinião sobre um marido dominar sua esposa? Acha que isso funciona? Na sua visão, como seria essa relação?

Caio Flavio Marcinha Devassa acho que isso é o sonho de toda a submissa casada ou de todo o Dom casado. Sim, eu acho que isso pode funcionar, mas muitas coisas precisam ser revisadas no casamento. Particularmente, recomendo uma EPE (Erotic Power Exchange), ou seja, BDSM na "cama" e vida baunilha segue normalmente depois. Mudar um casamento bau para um 24X7, acho que talvez não desse certo.

Cind Poet Weronese Caio Flavio cheguei, algo que sempre abordo, dominação psicologica, o que é para vc? Como vc (se) aplica ? Qual cuidado que recomenda? quem esta apto a aplicar e a receber ? As sequelas existem? como evitá-las ? E o mais importante para mim, como desfazer a DP ?

Caio Flavio Cind Poet, falar sobre DP é algo tão delicado que quase prefiro não opinar, mas preciso. A DP ocorre desde o primeiro momento em que o DomXsub estão conversando. Se eles entram em processo de negociação, então a DP está se intensificando, pois o Dominador está criando um mundo em que sua potencial sub aos poucos está se inserindo e chegando em uma zona de conforto. Quando ambos acordam, a DP está consolidada, pois a partir daquele momento a sub, concederá poder absoluto ao seu senhor (limites já estabelecido, claro) e acredito que ela agirá com tanta razão como quando estava em simples negociação, porque simplesmente ela confia o seu corpo e sua mente para este dominador. O Dom, vai explorar isso para seu prazer, porém, ele deve estar ciente dos riscos e problemas que ele pode causar, pois ele pode tornar-se possessivo e/ou destrutivo em sua dominação. Mas sinceramente, acho que o fator mais perturbador é o término da relação, o que pode acabar com os sentimentos da sub. Acho que um Dom deve manter um diálogo após este término para ajudar sua ex-menina a superar este afastamento. Sabemos que nossos relacionamentos são muito intensos, portanto, nenhum de nós está livre de sofrer danos. E sim, como dominador, preciso estar pronto para enfrentar a DP, pois ela também me afeta, pois meus sentimentos de possessão se tornam fortes e eu preciso controlá-los.

Cind Poet Weronese Caso seja (deus nos livre), apos uma sessão ou relação bdsm, denunciado pela pessoa que lhe serviu, como proceder ? Estou levantado a questão dela esta surtada, descompensada, ou magoada, querendo vingança ou seja la o que for, fato que isso pode acontecer em todas essas opções.

Cind Poet Weronese Caio Flavio como procederia em uma sessão no aftercare , a sub é casada (ou possui um outro relacionamento bau qualquer) , ocorre um incidente um pouco mais serio, digamos q seja uma sessão avulsa, ou sem muito envolvimento ainda, como procederia?

Caio Flavio Cind Poet, procederia como um bom amigo (e também casado) deveria proceder. Se for algo muito sério procurar um hospital mesmo correndo o risco de ser descoberto (é um risco que como homem e dominador preciso correr) e se for possível sanar o problema sem maiores envolvimentos, então que seja feito entre nós mesmos. Ajudar com um desculpa também cairia bem rsrs, mas jamais a deixaria enfrentando o problema sozinha, afinal, fizemos “isso” juntos.

Marcia Leite Lord Caio Flavio.... qual sua opinião sobre os sw?

Caio Flavio Marcinha Devassa, já tive meus preconceitos, mas hoje em dia acho os SW seres maravilhosos e que exploram ao máximo seu prazer. Os invejo! rs

Cind Poet Weronese Caio Flavio, como lida com: mentira, com seus erros, omissão, fake, assedio, fofoca, indisciplina?

Marcia Leite Tenho visto muitos dons, que preferem as novinhas, bonitinhas, iniciantes.... o que o senhor acha sobre isso? E o senhor, prefere as iniciantes ou as experientes?

Caio Flavio Cind Poet, faço o possível para lidar com máxima transparência. Já tentei algumas vezes contornar os problemas e evitá-los, mas isso foi um erro. Hoje em dia, quem me conhece sabe, faço o possível para assumir todos os meus erros e inclusive perante a pessoa que errei. Mentiras e omissões são as que mais me decepcionam e é um dos poucos motivos que poderiam me fazer encerrar um relacionamento, conforme a gravidade. Fakes, em pouco tempo eles já se mostram fakes; assédio, sou apenas abordado por iniciantes que querem um marido às vezes; fofoca, suja a imagem de qualquer dominador, portanto faço o possível para sempre falar a verdade com todo mundo; indisciplina, estando próximo, isso eu sei como resolver.

Caio Flavio Marcinha Devassa, como homem baunilha, sem problemas preferir as "novinhas e bonitinhas", mas aqui, sou BDSMer, e quero uma mulher bem definida como mulher e uma submissa bem definida como submissa. Posso sair com iniciantes? Claro, já fiz isso e faço sem problemas, desde que a iniciante não esteja procurando um marido e sim um dominador; claramente que antes de iniciar uma relação com alguém, nem que seja apenas para uma sessão, eu converso muito, muito e muito, para que tudo ocorra com tranquilidade.

Cind Poet Weronese Agora pensemos, sua sub lhe trai, virtual ou presencialmente e vc fica sabendo ou mesmo descobre, mas digamos, é uma sub q tem la seu méritos, como se posiciona ?

Caio Flavio Traição é término de relação Cind Poet. Se me traiu é porque não sou bom dominador pra ela, talvez, mas pra mim não serve como submissa. Deslealdade não faz parte do meu jogo.

Lucy De Dom Daniel Dom Caio, durante uma sessão o quanto o senhor valoriza a beleza física da sub? isso é um fator importante, visto que suas sessões não envolvem sexo? ou ainda, a experiência é mais importante que a beleza? seu lado sádico precisa do visual?

Cind Poet Weronese 1 °nossa escassa literatura advinda perincipalmente de fora do pais fala sobre algumas condutas, entre elas : respeito a uma sub que tenha dono. Como você ve este principio ? 2°Algumas pessoas ainda que com dono explicito informado, são abordadas de forma sutil, direta, sonsa ou ainda despretensiosa, para tal usam varias desculpas, ou pq a sub tmb é SW , por que esta negociando, ou pq ainda não esta encoleirada, como o Senhor se possiciona sobre isto? 3° Essa abordagem pode ser de um iniciante, ok , então ? 4° essa atitude pode partir de um praticante experiente e respeitado, então ?

Caio Flavio Lucy De Dom Daniel, como disse acima, procuro apenas uma mulher/submissa bem definida. Sou atraído pela inteligência e não pelo físico, até porque não sou um gatinho como o da foto ali, sou normal e procuro pessoas normais. Quanto a não envolver sexo, me refiro ao: "não vai rolar motel", "Não vamos dormir de conchinha" , "não vamos namorar" e "não quero uma amante", mas na sessão, pode rolar muita coisa ligada ao sexo em si. Portanto, preciso apenas de uma mulher com atitude, bem cheirosa e maquiada.

Caio Flavio Cind Poet, 1º. Acredito que um dominador que conhece um pouco da nossa liturgia, sabe que não se aborda uma sub encoleirada sem que o seu dono esteja consciente, se o faz, sem dúvidas é bem pretensioso. 2º. A abordagem de uma sub, caso o dominador não saiba que ela é encoleirada, não deve passar de um "olá, como vai, de onde vc é,"; se a sub não for "pretensiosa", imediatamente ela vai informar este dominador que ela é encoleirada ou está em negociação e espera-se que este dominador entenda o recado. 3º Iniciantes sempre são iniciantes e podemos esperar tudo deles; 4º Bem, apenas concluindo, um praticante do meio precisa ser sutil em sua aproximação e ao receber um "sr. sou encoleirada" que peça desculpas pela indiscrição e dentro das possibilidades avise o dono desta submissa; eu parabenizaria (como já fiz) o dominador pela lealdade de sua serva.

Cind Poet Weronese Caio Flavio Sei que estou com varias perguntas, não tenha pressa d responder, se não der tempo ate o final da entrevista, responda no tópico depois, com calma.

próxima: Irma de coleira... e podolatras, dois assuntos que sempre dão o que falar:

1ª irmã de coleira: uns dizem – ok, legal, vou superar meus limites, outros são mais taxativos e deixam claro: não aceitam, qual sua posição.

2ª podolatria – creio que sejam atualmente maiores em numero que os praticantes de bdsm, alguns adoram eles, outros tem ojeriza, e para outros são indiferentes, e para o senhor?

Caio Flavio Cind Poet, não se preocupe. Se vocês estão perguntando é porque ou estão gostando das respostas ou estão tão esdrúxulas que vcs me expulsarão para Passárgada.
1º. Irmã de Coleira - Já tentei ser "monogâmico" mas comigo não rola. Sou monogâmico na minha vida bau, aqui, sou Dominador BDSM e quero várias posses, desde que eu consiga lidar com todas. Irmãs de coleira, interpreto que são meninas que vão dividir o mesmo espaço de sessão e dormir na mesma caminha. Nunca tive duas meninas para chama-las de “irmãs de coleira”, mas acredito que para o dono ter esse presente, mesmo ele o “chefe”, o diálogo com a primeira sub é de suma importância e ela deve estar preparada para lidar com o ciúme e com o sentimento de “dividir o dono”. Eu sei que teoricamente a submissa deveria entender que a função dela é agradar e servir o dono incondicionalmente, mas compreendo que na maioria dos casos, isso pode ser utópico, portando, poderão haver intrigas.

2º Podolatras – Eu os interpreto apenas como fetichistas e não como praticantes de BDSM, porém, se o fetiche acontecer dentro de uma D/s, pra mim é parte do BDSM e seria uma ótima brincadeira conceder os pés como prêmio ou privá-lo dessa dádiva que é meu pé rsrsrs

Marcia Leite Qual sua opinião sobre as coleiras virtuais? Na sua visão, o que se leva esse troca troca de coleiras?

Caio Flavio Marcinha Devassa, vejo como desnecessária, mas se o Dominador quer "encoleirar virtualmente" sua submissa que o faça, mas que não fique só no virtual e que partam para o real. A única dica que eu deixo é que o facebook só aceita três modificações de nome, então as meninas que mudam muito de Dom, precisam pensar nisso.

Lucy De Dom Daniel Dom Caio, alguma dica pra quem quer achar um Dom no virtual? sei que vivemos esbarrando em artigos (alguns excelentes) sobre como evitar cair em armadilhas. mas, na sua opinião pessoal, quais são as qualidades que mais preza em um Top que o fazem ser uma pessoa admirável/digna de respeito?

Lucy De Dom Daniel E, seguindo essa mesma linha de raciocínio, o que o senhor diria que busca mais aprimorar em si mesmo? e do que mais se orgulha? (sei que a autoavaliação é um processo difícil, mas acho super importante)

Caio Flavio Lucy De Dom Daniel internet é terra de ninguém, portanto minha única recomendação para as que procuram um Dom por estas ferramentas é que antes de mais nada, conheçam bem o que é BDSM e o que é realmente a servidão; que tirem da cabeça os contos de fadas e os poeminhas de esquina (aliás, só citem poemas depois que estiverem arrebentadas da sessão, daí as compreenderei), então, estarão mais preparadas para conversar com os Dominadores e ter discernimento para separar os bons dos ruins. Recomendo que observem em grupos o que este dominador em potencial comenta, mas acima de tudo, saiba filtrar um Dominador que seja ao menos respeitoso. Não há uma receita de bolo!

Bem Lucy, o que eu mais me orgulho é que consigo ser muito transparente aqui e não construir meus relacionamentos baseados em mentiras, e como pode observar, sou até público demais por aqui.

O que busco aprimorar é apenas a minha plenitude como dominador, ou seja, que eu inspire confiança nas pessoas e que meus erros, quando assumidos, sejam ao menos compreendidos e repreendidos.

Bia Baccellet Já teve relações puramente virtuais? Se sim, como lidou com o desgaste rápido que essas relações sofrem?

Caio Flavio Bia Baccellet, sim, já tive relacionamentos somente no virtual mesmo com a esperança de visitação, porém, não ocorreu. O desgaste maior ocorre pela não correspondência e frustração como dominador. Eu quero o toque e não só as palavras, eu quero castigar e não imaginar que estou castigando. E afastar-se de pessoas, mesmo que tenhamos nos relacionados apenas no virtual é difícil, porque temos a imaginação como aliada, e esta, pode ser uma grande inimiga, pois se criamos uma "princesa" em nossas mentes, é uma "princesa" que perdemos; se criamos um "demônio", é um "demônio" a menos para enfrentar, mas acima de tudo é que nunca foi possível sentir o calor dessa pessoa, ver as reações ou possuí-la como um todo, e isso é a maior frustração de um relacionamento baseado na internet. Portanto, na primeira oportunidade, vão se conhecer.

Cind Poet Weronese Ja teve sessão sem nenhuma penetração? se sim, como ve isso?

Caio Flavio Cind Poet, já tive várias sessões sem nenhum tipo de penetração e vejo isso com maior naturalidade, até porque provoquei desejos e os privei e também, porque meu prazer não está baseado somente na penetração ou na excitação. Minha satisfação está em dominar e em exercer o meu sadismo, e mesmo que eu não goze em uma sessão, como já aconteceu, eu saio muito feliz e e pleno.

Cind Poet Weronese muitos se ouve que submissão é submissão, então por q no Brasil existe tão poucos dominadores que possuem submissos homens, sendo os submissos gay ou não ?

Caio Flavio Bem, eu, por exemplo, não me sinto menos heterossexual em participar de uma sessão com um submisso homem, porém, apesar de ter uma tara em dominar um rapaz um dia, mas acompanhado de uma Domme, eu não sinto atração física pelo corpo masculino e não tenho interesses nas suas reações sexuais. Se eu tivesse uma D/s com um homem seria 100% sadismo apenas e talvez eu não conseguisse sequer ter o aftercare, por isso a presença da Domme. Portanto, Cind Poet, não sei dar uma explicação plausível para o "por quê" disso, mas acho que minha maior aversão em dominar um homem está na forma indelicada deles se portarem (ao menos os que me abordaram) e isso me desagrada completamente e não tenho a mínima vontade de "trabalhar" neles, ou seja, não encoleiraria um homem.

Gabriel Souza O que acha das “subs de alma” que procura um “Dom de verdade”?

Caio Flavio Já que colocou entre aspas Dom Gabriel, creio que não se refere às subs de alma da velha liturgia rs. Bem, essas só querem um NamoraDom, ou seja, buscam apenas sexo com requintes de crueldade. São as moças da poesia, dos livros de romance. Não posso desqualificá-las e que sejam felizes em sua busca e que não se machuquem na mão de um "Dom de Verdade", mas não tenho interesse em possuir tais dádivas da criação literária, apesar, que muitas acabam se transformando depois de alguns sustos.

Bia Baccellet O que mais valoriza em uma submissa Senhor? Quais os principais requisitos avalia numa negociação, e que afetam diretamente a decisão de tomar posse?

Caio Flavio Bia Baccellet, sem dúvidas o que mais me atrai é a Inteligência e a autoafirmação: -eu sou submissa e sei o que estou fazendo nesse mundo! Isso me atrai de tal forma que farei o possível para tomá-la pra mim plenamente.

Gabriel Souza rsrs pois é, coloquei entre aspas, pq as subs de alma da liturgia são a utopia de todo dominador... E, via de regra, não se declaram nem batem no peito pra dizer o que são... Mas gostaria de saber como vc lidou com alguma dessas. (nem vou perguntar SE pq elas existem e, com certeza já teve a oportunidade de conversar com uma, pelo menos)

Caio Flavio Dom Gabriel, converso quase que diariamente com alguma por aí, mas ultimamente eu tenho sido menos "poético" com elas e tenho deixado claro que BDSM não é brincadeira de menina carente e reafirmo: Depois que ficarem todas cheias de hematomas, cobertas de suor, descabeladas, com a pele ardendo, daí eu queria que escrevessem um poema e falassem o quanto amam o seu dono e o agradecessem pela sessão; se fizerem isso, sejam mais que bem-vindas em nosso meio. Não adianta elas esperarem que um sádico vá dar amor e carinho pra elas; aqui, o amor e carinho tem muitas brechas de interpretação.

Bia Baccellet Quero agradecer a participação do Lorde Caio Flavio que tão prontamente aceitou o convite para a entrevista. Agradeço aos membros que participaram e que tão brilhantemente trouxeram questões de relevância para a entrevista. Perguntas encerradas.

Caio Flavio Ufa! Obrigado a todos. Espero que eu tenha correspondido à altura e que eu não vire motivo de piada com alguma brecha rsrs. Uma Boa noite!

Caio Flavio Cind Poet, quero lhe pedir mil perdões por não ter respondido esta pergunta; realmente eu não vi, mas farei agora.

Caso seja (deus nos livre), apos uma sessão ou relação bdsm, denunciado pela pessoa que lhe serviu, como proceder ? Estou levantado a questão dela esta surtada, descompensada, ou magoada, querendo vingança ou seja la o que for, fato que isso pode acontecer em todas essas opções.

Procurar um advogado, preferencialmente do meio com máxima urgência. Apesar que poderia ser considerado lesão corporal leve, mesmo assim, poderiam haver outros agravantes, como denúncia por atentado violento o pudor e outros. E realmente eu estaria em maus lençóis. 

Me desculpe mais uma vez por meu relapso.

Aqui está o link da entrevista na íntegra:

https://www.facebook.com/groups/233584086812714/permalink/265253200312469/

Para ter acesso à entrevista é necessário fazer parte do grupo.