quarta-feira, 18 de junho de 2014

"NA BERLINDA BDSM" - LUCY DE DOM DANIEL

A entrevistada dessa vez foi a submissa Lucy de Dom Daniel e aconteceu no dia 01/05/2014.
A entrevista é uma transcrição, eventuais erros são de responsabilidade dos autores e não do blog.

Bia Baccellet
Inciando mais uma entrevista, hoje a querida Lucy De Dom Daniel. Por favor apresente-se ao grupo!!!! Após a presentação da entrevistada, as perguntas estão liberadas!!!

Lucy De Dom Daniel 
oi gente, eu sou {lucy}_de_Dom Daniel. tenho 33 anos, sou submissa, encoleirada, masoquista, gosto de literatura, trabalho com tradução e ensino de línguas, adoro jazz e sorvete de flocos. estou à disposição

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Giulia Farnese 
Olá Lucy. Há quanto tempo é submissa?

Lucy De Dom Daniel 
oi Giulia. eu acho que sou submissa desde que nasci, rs. mas dentro da dinâmica BDSM eu estou em uma D/s (a primeira da minha vida) há três meses. antes disso eu já pratiquei a submissão em cenas, mas nunca dentro de uma relação como agora.

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Giulia Farnese
Poderia nos contar como foi o processo de encontro com o dominador que a iniciou, nos contar um pouco de como foi essa iniciação? Houve algum envolvimento emocional além do esperado? Como lidou com isso?

Lucy De Dom Daniel 
Giulia, eu não estava procurando um Dominador, na verdade eu não estava procurando nada além de uma companhia pra cerveja numa noite de verão... essa é a verdade. eu e meu Dom nos conhecemos no baunilha, saímos para um "date" informal, com pastel, piadinhas, nada que mencionasse BDSM. depois de umas duas semanas saindo juntos esse assunto começou a surgir e foi quando deu o clique, tipo, "puxa, você curte? eu também", e começamos a explorar isso lentamente, primeiro com práticas leves (spanking, alguma humilhação) até que decidimos fazer um contrato formal e aí já ficou implícito, pros dois, que seria uma D/s 24x7. isso nunca foi realmente uma questão, aconteceu de forma muito natural, quase como se fosse pra ser assim.

retificando a sua pergunta (meu Dono me alertou que talvez sua pergunta se referisse à minha primeira experiência, lá em 2009). mas ela não era com um Dominador propriamente dito, eram mais sessões de mentoria, eu diria. nunca houve sexo e nem eu me sentia como me sinto hoje na minha D/s. era realmente puramente um encontro para práticas masoquistas.

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Dom Gabriel
Sendo você uma masoquista, já cometeu erros propositalmente pra ser castigada?

Lucy De Dom Daniel 
Dom Gabri, meu Dono que não me leia (feche os olhos, senhor), mas eu vivo fazendo coisas pra ser castigada...

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Dom Gabriel 
Qual prática considerada tabu até mesmo no meio fetichista você gostaria de experimentar?

Lucy De Dom Daniel 
Dom Gabri, eu não consigo pensar em nada que seja tabu no meio (somos tão livres), mas ontem expressei a meu Dono uma possível vontade de vê-lo transando com outra, sabendo que eu vou odiar, numa tentativa de explorar meu masoquismo de forma mais psicológica. eu gosto de experimentar, eu gosto de testar meus limites e acho que avaliar essas sensações em mim é sempre algo enriquecedor, mesmo quando não é - e sei que não será - prazeroso. acredito que toda experiência, seja de prazer ou de dor, é uma forma de autoconhecimento. e sendo assim, nada é descartado a não ser que eu consiga ver lógica no descarte - ou não consiga ver lógica na tentativa.

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Caio Flavio 
Prezada Lucy, em que momento da tua vida você percebeu que era uma BDSMer em potencial e como foi essa transição? Muitos dilemas?

Giulia Farnese
Antes de virar submissa, houve algum conflito interno com o que você gostava e queria?
(minha pergunta é similar à do Caio Flavio. Se preferir pode responder junto.)

Lucy De Dom Daniel 
Dom Caio e Giulia, me desculpem, suas perguntas se perderam em meio às outras.

eu percebi que era BDSMer antes de saber o que era BDSM. eu sempre me soube masoquista - talvez por questões familiares que aqui não vêm ao caso mas que me disponho a discorrer a respeito com o senhor, Dom Caio, em qualquer outro dia - , sempre senti prazer na dor física. sempre busquei a dor física como forma de controle. vou explicar: a dor física tem início, meio e fim. você sente e sabe que ela vai parar - talvez não consiga precisar o momento em que vai parar, mas sabe que vai. um braço quebrado vai sarar, um dedo cortado vai parar de sangrar. essa sensação, pra mim, é de grande importância na definição da minha personalidade, porque eu preciso desse controle.

eu tive dois grandes traumas na minha vida (e por favor não pensem que com isso quero dizer que todo kinkster assim se torna por conta de traumas quaisquer, mas comigo identifico assim): o divorcio dos meus pais, aos 9 anos (que foi muito traumático, com muitas ameaças emocionais, brigas graves e eu tendo que virar mãe muito cedo), e a morte de um namorado em um acidente extremamente violento, há seis anos atrás. essas duas experiências me causaram um nível de dor para a qual não existe controle - dói quando eu lembro, quando eu revivo, quando eu vejo alguém que passou por algo parecido, quando eu vejo situações de risco, enfim, são dores onipresentes.

já a dor do masoquismo eu controlo. eu sei que vai doer, cada dia eu aguento um pouco mais, mas eu sei que se eu quiser, ela vai parar. eu tenho a safe, eu tenho o contrato e eu tenho a noção de que ela é minha, de que eu escolhi, de que eu tenho poder sobre ela. essa sensação me ajuda, de alguma forma bizarra, a lidar com as dores emocionais. porque quando eu já chorei tudo que eu podia, eu peço pra parar e ela para. e é uma sensação maravilhosa, indescritível, que eu queria poder fazer com todas as dores da minha vida.

então quando vocês me perguntam quando eu me percebi masoquista/BDSMer, eu posso dizer com segurança que foi quando eu descobri que podia sentir uma espécie de dor que acaba quando *eu* quero. e que eu nunca me senti tão compreendida na vida como quando estou vivendo isso.

sobre essa transição, ela foi natural e não me causou nenhum tipo de conflito interno -- pelo contrário, me causou felicidade.

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Dom Gabriel 
Última pergunta porque eu tenho que sair. Sendo um pouco mais invasivo...
O quanto o "relacionamento baunilha" que você tem com seu dono influencia na manutenção do relacionamento BDSM? Ou seja, o quanto a visão que você tem do namorado influencia na visão que você tem do Dono?

Lucy De Dom Daniel 
Dom Gabri, a minha relação baunilha influencia minha D/s porque é a minha vida, e acho que isso é inevitável. especialmente por sermos iniciantes, fica sempre difícil saber onde acaba o bau e começa a D/s, eu ainda me perco todos os dias, e o Dono também (às vezes nos repreendemos por isso, às vezes os dois esquecem e isso vira piada depois), ainda estamos vivendo um pouco assim, em meio a um pequeno caos, rs.

quanto à sua segunda pergunta, que não é bem um esclarecimento da primeira, eu diria que tento, ao máximo, separar o namorado do Dom. meu relacionamento baunilha certamente é mais difícil que a D/s, e por vezes pode até soar como fuga, mas é um trabalho constante nosso e acredito de verdade que estamos trabalhando - juntos - para que a nossa D/s (que eu acredito ser o nosso lado mais puro, mais "autêntico") seja maior que os percalços que temos tido no baunilha. e a meta é encontrar, em algum momento, um equilíbrio em que baunilha e D/s nos satisfaçam de forma igual. Dom Daniel, estou falando por nós dois mas acredito que esteja falando de algo no qual o senhor também acredita/espera, estou certa?

Dom Daniel 
Lucy, sim, está certa. 

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Giulia  Farnese 
Em todas as nossas experiências buscamos evoluir como pessoa. Como submissa, acha que essa evolução, no que tange aperfeiçoar seus defeitos, fica mais fácil por ter a ajuda do Dono para apontar seus erros? Como isso se dá?

Lucy De Dom Daniel 
Giulia, ter um Dono é uma bênção e uma maldição, rs... eu gosto de maneira geral do trabalho de disciplina e aperfeiçoamento que é feito comigo, acho isso o elemento mais maravilhoso da D/s e sou extremamente grata a meu Dono por ser tão bom nisso comigo. mas - e Ele mesmo já apontou isso em mim - enquanto submissa, enquanto Lucy, eu sou muito mais sensível, justamente porque essas falhas que tenho ficam muito mais evidentes (até mesmo pra que possam ser trabalhadas)... já me peguei diversas vezes chorando por algo que Ele apontou e que não apenas era óbvio como não era ofensivo de forma alguma, mas algo muito profundo em mim que eu nunca tinha percebido daquela forma... essa percepção que Ele tem de mim e dos meus erros/defeitos é algo que me surpreende e me faz pensar no quão afortunada preciso me sentir a cada instante, porque os oito anos de terapia que fiz não me mostraram tanto, rs... essa intimidade extrema que dividimos faz aflorar coisas que eu jamais imaginei ter/sentir.

então respondendo à tua pergunta, ter um Dono apontando essas falhas e me ajudando a lidar com elas é maravilhoso - é difícil porque é um Homem que admiro e pra quem quero ser perfeita me criticando e dizendo que não sou perfeita. mas é um prazer ser o foco da atenção e da dedicação dele.

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Dominus Vulpes Az 
Quais os reflexos que a vivencia do BDSM trouxe à sua vida baunilha?

Lucy De Dom Daniel 
Dominus, o BDSM trouxe muito pra minha vida baunilha. me ensinou que eu não explorava nem 10% d meu potencial, não só erótico como emocional. em minha D/s eu sinto uma liberdade e uma cumplicidade que eu nem sabia serem possíveis sentir. eu me sinto explorando o melhor que existe em mim o tempo todo. me sinto compreendida, me sinto como se tivesse permissão pra ser o que eu quiser, livre de qualquer amarra cultural ou educacional. minha vida baunilha é cada dia mais um reflexo disso, me sinto mais bonita, me sinto mais sedutora, as pessoas me acham mais interessante... é uma win-win situation : )

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Caio Flavio 
Lucy De Dom Daniel, se você pudesse classificar teu masoquismo em uma escala de 0 a 10, atualmente e possivelmente, em grau você estaria? Pretende romper mais limites ou sente-se completa no "nível" que se encontra?

Lucy De Dom Daniel 
Dom Caio, eu diria que comecei num nível 6 e que hoje me encontro talvez em um nível 7,5... comecei com muita vontade mas também com muito medo. ao poucos o medo some. medo de me machucar, medo de não ter noção dos meus limites e medo inclusive de que meu Dom não tenha noção dos limites dele. mas a cada sessão nosso entrosamento aumenta e esse nível vai aumentando, e eu já digo "sim" pra ferramentas que no primeiro contrato estavam na lista do "não, jamais"... ou seja, tudo me leva a crer que devo mirar para o 10 sem medo de ser feliz : )

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Dominus Vulpes Az 
Por que você se submete? O que sente, o que te leva à submissão? Qual as sensações e prazeres desse papel para você?

Lucy De Dom Daniel 
Dominus, essa é difícil...

eu diria que me submeto porque tenho prazer em dar prazer. porque gosto de entregar meu controle a alguém e porque vejo vantagens emocionais e físicas na entrega. eu me sinto mais livre quando submissa, se é que isso faz algum sentido... eu sinto como se não precisasse tanto da racionalidade que fui educada a ter pela qual prezar. eu gosto da sensação de ter alguém tomando algum decisão por mim, especialmente porque minha vida baunilha envolve tomar decisões, de bobas a muito sérias, o dia inteiro. envolve um certo alívio, um "me permitir", e eu acho que o que eu faço em troca - dar prazer, obedecer, ceder a Ele minha vontade - é uma troca justa se comparada ao prazer que eu sinto ao experimentar essa liberdade de não ter de escolher absolutamente nada, de poder estar completamente nas mãos de outra pessoa, ainda que por um tempo determinado. e é por isso que eu acho de extrema importância que essa pessoa seja de muita confiança.

eu sinto prazer de todas as formas - físico, nas práticas; emocional, quando ele me diz que posso comer um bombom ou que vou ter de ir trabalhar de calcinha azul, ou ainda de que preciso arrumar um jeito de mandar uma foto provando que a calcinha azul está sendo usada - é tudo muito erotizado, muito desafiador, mas de um jeito leve, gostoso, sem que pareça obrigação e sem que eu me sinta subjugada. eu sirvo a Ele porque ele me valoriza. é isso. e me sentir valorizada faz com que eu respeite e queira ser a melhor pessoa que posso no mundo pra Ele.

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Dominus Vulpes Az 
o que vc entende por: Safe, sane, consensual?

Lucy De Dom Daniel 
Dominus: SSC pra mim é o que eu mais sigo, peno nisso o tempo inteiro. eu sou uma moça de família (pode isso? rs), e eu gosto de seguir regras, se elas existem. sou uma "stickler". se a regra existe, é pro meu bem. e eu sigo à risca. e eu e o Dono fazemos de tudo pra que isso seja sempre lembrado, discutido e avaliado da melhor forma possível. exemplo: ontem ele me perguntou se tinha alguma prática que eu tinha interesse em fazer, mas que não tínhamos discutido ainda. eu falei qual era (segredo rs), e depois de muita conversa chegamos à conclusão de que ainda não é hora pra ela, de que não estamos preparados nem teórica nem emocionalmente pra ela. foi pra lista de vontades, mas só será testada quando nos sentirmos capazes de praticá-la de forma a respeitar a tríade.

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Giulia Farnese
A influência “50 tons” tem trazido cada vez mais meninas carentes em busca do amor de sua vida dentro do BDSM. Você tem um blog que acaba sendo uma ferramenta para os iniciantes a respeito da submissão. Quando alguma dessas “meninas 50 tons” a procura buscando amizade e você as identifica como carentes, quais conselhos e orientações costuma dar?

Lucy De Dom Daniel 
Giulia, sobre os 50 tons... eu tento ao máximo, no blog e nas conversas que tenho com as curiosas (e são muitas as que me procuram, talvez mesmo por causa do blog), desconstruir essa ideia de que a submissão é algo pra mulheres de mente fraca que se envolvem com um doente manipulador. eu não entendo bem por quê aquela história virou modelo de tesão (inter)nacional, mas é como eu vejo a história: uma menina carente e fraca que se envolve com um maniaco manipulador que passa a controlar cada passo dela usando o dinheiro como poder. isso pra mim não é são, não é saudável e muitas vezes não parece nem mesmo consensual, ainda que no fim a mocinha pareça gostar... tento explicar que a realidade não é tão linda, que nem todo Dom é gato e rico e que ser perseguida pelo celular não é algo normal e algo ao qual você devia se submeter. a submissão tem de vir de uma escolha, não de um controle machista retrógrado.

como eu já disse, discordo de quem acha que 50 tons e uma forma válida de se entrar no meio BDSM, porque mostra a mulher como uma idiota que precisa de um homem machista pra cuidar dela. nem minha vó cai mais nessa, gente. tento indicar boa literatura, falar o máximo que posso de como eu vivo isso e desencantá-la da ideia de que aquilo é o que ela quer.

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Bia Baccellet 
Quais são suas práticas preferidas? Existe algo que é um limite rígido e não praticaria jamais?

Lucy De Dom Daniel 
Bia: eu gosto mesmo é de apanhar! isso é o número 1 da lista de longe. apanhar com a mão, com cane, com flogger, com escova de madeira (<3 ), com colher de pau, cinto, qualquer coisa...

outras coisas que me interessam:
wax play
pet play
needle play
fire play
talvez o cuckold
bondage/shibari
algum interesse em mumificação

coisas que não curto/acho bestas
podolatria
scat
facas e instrumentos de corte

é no que consigo pensar assim rapidamente.

ah sim, e D/s, né? adooooooro ser submissa 24x7

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Caio Flavio 
Lucy, fiquei curioso: Por quê o desinteresse pela Podolatria? Não adora os pés do teu Senhor?

Lucy De Dom Daniel 
Dom Caio, os pés do meu senhor são lindos (como todo o resto Dele), mas não consigo ver a simbologia que a maioria vê na idolatria dos pés. sob o risco de penalização grave (senhor Dom Daniel, alivia aí), eu prefiro idolatrar em meu Dono outra coisa que começa com P...

Dom Daniel 
Eu também prefiro Lucy, até porque eu sinto muitas cócegas nos pés e na outra parte com "P" eu sinto coisa muito melhor.

Lucy De Dom Daniel 
servimos bem para servir sempre

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Bia Baccellet 
Lucy se puder definir seu relacionamento em uma única palavra, qual seria?

Lucy De Dom Daniel 
Bia Baccellet: cumplicidade.

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Giulia Farnese 
Reformulando, se recorda de alguma sessão que tenha ficado bastante ligada nela mesmo após ter terminado? Quanto tempo durou essa sensação e quais possíveis razões para isto ter acontecido?

Lucy De Dom Daniel 
Giulia, eu desligo lentamente... eu primeiro preciso acalmar o físico, depois passo ainda muito tempo revivendo a sessão em pensamento, analisando em silêncio (até porque o debriefing nunca é no mesmo dia), e durante todo esse tempo em geral fico ganhando carinho do Dono... depois levantamos e tentamos desligar, fazer qualquer coisa cotidiana não relacionada, pra dar um retorno à realidade. funciona bem.

eu acho que a coisa mais inesperada que já aconteceu foi em uma sessão de spanking muito forte, em que a dor era muita, mas eu já estava naquela fase meio dormente, mas quando comecei a chorar me vieram à cabeça coisas nada relacionadas com aquele momento, tipo, a dor puxou coisas tristes, experiências tristes, a morte da minha avó, que era recente, a perda de uma vaga que eu queria muito... e eu de repente me vi chorando pela minha vida, e não pela erotização da prática... e não sei como, até hoje, mas meu Dono (não sei se notou algo diferente ou se foi coincidência) me puxou pelos cabelos, me mandou parar de chorar e fez sexo comigo ali, naquela posição, amarrada pra apanhar, pra me trazer de volta pra cena e pro foco no prazer. foi uma experiência estranha mas eu acho incrível ele ter interferido dessa forma a me ajudar a voltar do transe.

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Bia Baccellet 
Já aconteceu algum acidente durante a sessão, ou algo engraçado que acabou com o clima?

Lucy De Dom Daniel 
Bia Baccellet, dentro de sessão não consigo lembrar, mas teve uma vez hilária, depois de um aftercare super fofo, decidimos tomar banho juntos (ideia péssima no meu apartamento em que o box mal comporta uma pessoa), e estávamos lá, espremidíssimos, e eu tive a brilhante ideia de abaixar pra "presentear" meu Dono... e depois pra levantar foi um caos, não tinha espaço, a porta do box abre pra dentro, minha perna doía, os dois chorando de rir sem força pra se ajudar... levamos um tempão pra conseguir sair dessa e aprendemos a lição.

Lucy De Dom Daniel 
(cadê Marco Bauhaus Mishima nessa hora pra me dizer que eu mostro a realidade como ela é? rs)

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Bia Baccellet 
Entrevista encerrada. Muito obrigada Lucy De Dom Daniel pela maravilhosa oportunidade. Suas experiências e sua visão serem compartilhadas conosco é um presente. Obrigada Senhor Dom Daniel por permitir que sua menina participe. Boa noite a todos. Até semana que vem!

Lucy De Dom Daniel 
pessoal, muito obrigada pela oportunidade de reflexão e Bia Baccellet, muito obrigada pelo convite foi um prazer e uma honra pra mim


Aqui está o link para a entrevista na íntegra: 

A entrevista também pode ser acessada através do blog da entrevistada, link abaixo:




Esperamos que tenham gostado!

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