O entrevistado do dia 28/05/2014 foi o nobre Don Marco Alighieri e aqui está mais uma transcrição.
Bia Baccellet Começa agora a entrevista dessa semana com o
Senhor Don Marco Alighieri. Após a apresentação as perguntas estão
liberadas. Por favor apresente-se. Dom Rodrigo, Vulpes Az, Mary D. Studart, Marcia Leite Helena Pimenta Giulia Farnese
Caio Flavio Cind Weronese Poet Lucy De Dom
DanielDom Daniel Heloisa Mundi Miranda Gaia Olívia Willians
Don Marco
Alighieri Saudações meu amigos. Sou o Don Marco Alighieri.
Switcher, pratico o BDSM propriamente dito desde 1997.
Sempre foquei a minha vida em satisfazer minha vontades - de forma que nunca me
casei ou estive dentro de um relacionamento baunilha.
Mujitos aí me conhecem pelo outro perfil.
Bom...
Que comece a entrevista.
Dom Rodrigo Boa
noite...sempre interessante esse encontro.
Vulpes Az Presente
Bia Baccellet Boa
noite Senhor Don Marco Alighieri, como descobriu o BDSM?
Caio Flavio Prezado Don Marco
Alighieri, te conhecendo como dominador, como foi sua infância e
como se descobriu sádico? Foi algo que o chocou ou simplesmente você encontrou
formas de lidar com isso naturalmente?
Don Marco
Alighieri Vamos lá Bia e Caio.
Eu me descobri sádico e masoquista desde muito novo...
Gostava de bater nos coleguinhas.
- Eu era essencialmente um bully.
E gostava da sensação de entrar em uma briga.
Pela dor causada E pela dor recebida.
E sempre fui uma pessoa que gostava de experimentar as sensações.
Brinquei com "needle play" ainda muito novo praticando com alfinetes
comuns.
O BDSM propriamente dito comecei a praticar em 1997, quando conheci uma Top um
pouco mais velha que eu.
Tivemos quase 4 anos de relacionamento.
Don Marco
Alighieri Eu diria que fui descobrindo formas de lidar com
isso ao longo da vida.
Basicamente procurando espaços aonde "o sadismo e o masoquismo não eram
punidos”
Ou seja, tecnicamente, coisa aonde a chance de provocar e receber dor são uma
norma de algum tipo
Aí desde artes marciais à brincadeiras envolvendo dor - passando por paintball,
e coisas parecidas.
E finalmente ao BDSM.
Heloisa Mundi Boa
noite, Don Marco Alighieri Eu já te leio nos tópicos há um
tempinho, já conversamos também, então já sei algumas coisas sobre sua
trajetória no BDSM. Minha pergunta se refere ao seu primeiro contato com o
meio, práticas. Como foi que se descobriu SM?
Don Marco
Alighieri Vamos lá Heloisa.
Eu me descobri SadoMasoquista erótico - quando descobri que a sensação de me
masturbar tendo agulhas presas em meu corpo era boa. (Needle Play - isso eu
ainda um moleque novo.)
Posso dizer que isso foi o meu primeiro SM na vida.
Já o BDSM meeeesmo só fui conhecer por completo em 1997. Com uma parceira.
- ANtes disso eu nem sabia o nome do que eu fazia.
Vulpes Az o
que significa o sadismo e o masoquismo para você? O que vc sente estando de
cada "lado do chicote"? Qual lado vc prefere?
Don Marco
Alighieri Taí Vulpes...
Para mim, sadismo é o prazer em proporcionar dor e sofrimento. Masoquismo, o prazer
em recebê-los.
- E isso independente de ser ou não no contexto BDSM, erótico
Eu diria que minha
brincadeira favorita, no BDSM, é a justamente a alternância.
Este seria meu lado favorito do chicote.
Curto MUITO parceiros com os quais eu consiga vivenciar as duas coisas.
Caio Flavio Como
SW assumido, e sabendo dos teus motivadores SM, já observou preconceitos de praticantes
dinossauros (desconsiderando a opinião ainda inconclusa dos iniciantes)? Como
SW, tem atração pelo corpo masculino ou se considera bissexual? Aceita ser
bottom de homem ou apenas de mulher? Aceita ser Top apenas de mulher ou teria
uma posse masculina?
Don Marco
Alighieri Taí Caio,
vamos por partes.
Os dinossauros - na realidade - nunca teceram críticas quanto a eu ser Switcher
Apenas o pessoal da
geração mais nova.
Pouca gente sabe, mas no BDSM antigo (lá de 1970) a norma era justamente o
praticante iniciar como Bottom - e depois de tornar Top. (Sendo Switcher
geralmente um cara que gostava das duas coisas. Mas sendo todo Top um antigo
Bottom.)
Basicamente quando alguém me critica por eu ser Switcher, eu paro tudo, avalio
quem está me criticando e faço eu mesmo críticas duras à essa pessoa - que por
sua vez costumam deixá-la seriamente desestabilizada.
É extremamente comum alguém buscando autoafirmação querer criticar os
switchers.
- E estas pessoas tem a mente frágil...
Laís Valois Boa
noite Don Marco
Alighieri, pegando o gancho da Heloisa Mundi,
acompanho seus comentários nos tópicos, nos quais sempre busca elucidar para os
que estão chegando, explicando o que é e como vê o Bdsm, isso foi parte do que
encontrou nos mais antigos, mais experientes ou teve que ser autodidata?
Don Marco
Alighieri Laís], tive muita ajuda dos mais antigos.
Desde os mentores da primeira parceira que tive, à meu próprio mentor....
Hoje em dia tento
refletir isso - fazendo o mesmo pelos mais novos.
Bia Baccellet O
que acha dos rituais do BDSM, e dos Cerimoniais. Onde se pode buscar referência
sobre isso, ou já não mais existem comunidades que praticam?
Don Marco
Alighieri Bia, rituais estão presentes tanto em comunidades que associam
o BDSM ao misticismo de alguma forma (conheço, inclusive, um Dom que invoca
Dionísio em suas sessões).
E também em comunidades que associam o BDSM ao teatro e ao roleplay erótico
Fora - claro -
comunidades que possuem uma liturgia intrínsecamente ligada ao roleplay.
As referências podem ser buscadas ao se ler sites retratando os papéis
litúrgicos.
Mestre / Escravo, Clérigo / Acólito, Deus / Seguidor, Mágico / Instrumento,
etc...
Existem também rituais mais antigos, como a cerimônia de rosas, o ato de se
assinar um contrato de posse, a colocação de coleira, etc...
- Esses são mais fáceis de serem encontrados.
Já o resto depende muito do estilo do BDSM em si.
Quem pratica BDSM temático (militarista, clerical, monárquico, etc... - terá
seus próprios rituais.)
Cind Weronese Poet cheguei,
grata por me marcarem.
Don Marco
Alighieri Voltando Caio...
Em termos de BDSM - topo qualquer coisa que eu tenha vontade.
Nem todas as interações que tenho no BDSM são de cunho sexual.
Daí faço sessão - ou participo delas em vários papéis (incluindo guardião,
mentor ou dirigindo a cena).
Daí Topo sessão com homens, mulheres, transexuais, intersexuais, etc...
Já sexualmente, a melhor forma de me descrever é dizendo que sou uma pessoa do
3o sexo (intersexual) - que se sente atraída por aspectos tipicamente femininos
e por um certo balanço com os masculinos.
Gosto de mulheres, incluindo as transexuais.
Minha preferência são as mulheres com um estilo tomboy.
Gosto de homens - mas apenas dos mais naturalmente andróginos.
- Definitivamente não curto machões.
Gosto de pessoas do 3o sexo - desde que predominantemente femininas.
Caio Flavio Você é
uma das poucas pessoas que conheço que já participou de sessões como Guardião.
Quero saber qual foi a sessão que mais te deixou excitado em participar (ou de
estar no lugar de um participante), a qual você teve que intervir e a qual você
teve total repulsa e jamais acompanharia novamente?
Don Marco
Alighieri Caio, vamos lá.
Como Guardião, fiquei com MUITA vontade de participar de uma cena em que duas
moças agiram como Tops, versus um Bottom.
Definitivamente eu teria adorado entrar no meio dela, e até mesmo tomar o lugar
do Bottom em vários momentos.
Tive que intervir em uma cena de Fireplay.
Eu estava como Spotter - que é um tipo específico de guardião para essas cenas.
E o Top descuidou-se - colocando fogo na própria calça sem perceber.
Outra cena em que tive que intervir foi uma grupal - aonde eu estava como
guardião, com 5 pessoas atuando, na qual percebi que um dos Bottoms parecia
estar passando mal.
- E ele estava sofrendo um ataque de hipoglicemia, em plena cena...
Teve que ser desamarrado às pressas. A cena parou.
E teve uma - bem simples - em que intervi porque um dos "Bottoms"
estava tentando tirar uma camisinha no meio do ato sexual.
- Esse levou uma bronca linda.
Uma cena que eu detestei acompanhar foi uma de Scat.
Porque o cheiro era terrível.
Mas... Ainda assim eu acompanharia de novo.
Na prática tenho estômago de avestruz.
Nada me choca ou me deixa com nojo de fato
Heloisa Mundi Don Marco
Alighieri creio que já li citações suas, referente a prática,
fire play e de que aprecia bastante. Me corrija se eu estiver enganada.
Pergunta: Porque da preferência? Algum elemento que lhe sensibilize a praticar?
Algo curioso, específico a contar sobre a essa preferência? (Se não for fire
play, gentileza substituir o termo para a sua prática favorita) , grata.
Don Marco
Alighieri Taí Heloisa...
Eu AMO fireplay... Porque sou praticamente um piromaníaco na verdade
Gosto de botar fogo em coisas.
Gosto de brincar com o fogo.
Fireplay é uma chance para mim de dominar o fogo, colocá-lo à meu serviço
e ver isso sendo apreciado, juntando piromania, sadomasoquismo, sensualidade e
erotismo.
- É só lucro.
Outra prática que amo é o knifeplay (não confundir com cutting).
Gosto do knifeplay - porque gosto de facas e armas como um todo.
E porque gosto da sensação que elas causam (como bottom).
E, claro, do espetáculo de sensações que essa prática é até mesmo como um
Top.
Definitivamente... Fireplay e Knifeplay são minhas práticas favoritas.
Miranda Gaia Boa
noite, pessoALL. Obrigada por me marcarem no tópico.Don Marco
Alighieri, boa noite, como não o conheço e apenas com base em suas
respostas até o momento, gostaria de perguntar se no momento tem parceiros/as
fixos/as, e se sim, em qual posição? Dono ou posse?
Don Marco
Alighieri Vamos lá Miranda.
D/S em relacionamento é um limite meu.
- Uma coisa que não topo de forma alguma.
(Não confundir isso com a questão de alguém ter um compromisso comigo.)
Tenho no momento uma parceira, que é SW como eu - e que se parece bastante
comigo em vários aspectos.
"Temos um a coleira do outro." - Ou seja, temos um compromisso, mas
não uma hierarquia.
A posição dela é de "parceira" mesmo, porque não faria sentido um
chamar o outro de posse. HEHEHE
Versus outras pessoas somos sempre Tops - então podemos ser descritos como
"um casal de dominadores" em cenas com outras pessoas.
Já além dela, tenho alguns parceiros habituais, de ambos os sexos.
Nenhum no momento chega a ser uma posse, e já praticamos a um tempo....
(Mas eu realmente não tenho pressa alguma em botar coleiras em ninguém, e minha
parceira idem.)
Miranda Gaia Don Marco
Alighieri obrigada pela resposta.
Cind Weronese Poet como todos
sabem, minhas perguntas aqui nas entrevistas são grandes e complexas, então lá
vai:
Cind Weronese Poet Vi em sua
resposta a cima, que aprendeu muito com quem lhe iniciou e com outros, eu tmb
aprendi tudo que sei nesses anos (nada sei na verdade), através da troca de
experiência de membros mais antigos.
Porem hoje todos nos podemos visualizar que surgiu o mercado BDSM, um
comercio – como troca ou mesmo a prestação de serviços (neste caso tirando as
dominadoras profissionais, pois são parte da própria historia do meio, nem
também me refiro a festas, mas a ensinamentos).
O que chegamos a ver hoje no meio chega a ser literalmente uma troca de
conhecimento por valores.
Minha pergunta é:
Se é parte da cultura BDSM a troca de conhecimento – doar o que recebeu, (e eu
concordo e pratico) – como vc se posiciona diante a esta realidade ?
Cind Weronese Poet (um adendo
caso haja novatos no grupo e no meio, as dominadoras profissionais não cobram
para ensinar, cobram por sessão)
Cind Weronese Poet Na minha
opinião, (minha), existe de tudo em todos os lugares, e no BDSM não é
diferente, mas o que me diz sobre SW e dominadores (incontestáveis, pois estão
no meio a muitos anos e são 100% reais), que mudaram o perfil d agir, explico:
pegaram uma carona no modismo e estão meio que desvirtuados dos propósitos e
princípios do que temos por dominantes compromissados e responsáveis.
Sub passou a ser sinônimo de mulheres gostosa
E sessão passou a predominar o foco sexual?
Muitos atribuem esse comportamento aos novatos, mas não é uma verdade absoluta,
e que fosse, seria até justificável, visto q ainda não possuem conhecimento
para tal, mas vindo de pessoas antes retas e serias... a que se daria esta
mudança de comportamento e valores ?
Don Marco
Alighieri Cind, vamos lá... Eu vejo da seguinte forma.
O ensino do BDSM, tradicionalmente, sempre foi informal.
Ocorria - e ocorre - em reuniões de praticantes, munchs, festas abertas, festas
fechadas, play parties, etc...
Aonde quer que se encontrem e tenham boa vontade.
Nesse ponto há - inequivocadamente - o prazer em se ensinar.
São pessoas, entre seus amigos e conhecidos, mostrando o que sabem.
O papel de guardião ou mentor, por sua vez, também é intimamente ligado à essa
questão.
Fazendo aqui um paralelo, é como o massoterapeuta que faz massagem nos amigos
dele.
E no pessoal que está em suas festas.
Tudo em caráter informal.
E - claro - tudo sem um compromisso profissional.
"
Criou-se sim um nicho, aonde as pessoas cobram para ensinar."
Eu inclusive sou uma delas.
Eu cobro por aulas em oficinas, aulas particulares, etc...
Só que...
Uma aula particular é uma comodidade em primeiro lugar - para quem recebe a
aula.
É na casa da pessoa, com materiais comprados para ela.
É um compromisso profissional - não um favor entre amigos.
Dessa forma, é essencialmente um momento aonde disponho do meu tempo e recursos
e me comprometo com horários e resultados.
Assim como uma oficina não é uma festa, uma solenidade informal ou encontro de
amigos.
- Mas sim um evento profissionalmente organizado, com material para que todos
possam usar, comida, etc...
E aqui é como se tivéssemos o mesmo massoterapeuta dando um curso livre.
Uma aula formal, com toda a seriedade que é necessária.
E isso não é tão novo assim...
Um baunilha pode, por exemplo, pedir conselhos sobre sexo aos amigos.
Assim como ele pode pagar pelo serviço de um sexólogo, personal sex trainer,
sex guru ou similar.
Eu também cobro por performance em festas que tenham o intuito de gerar lucro
(festas e eventos abertos).
Mas lá existe compromisso com horário, materiais, tempo de duração, etc...
Ao passo em que faço as mesmas exatas coisas em playparties, festas fechadas de
amigos, etc...
- Simplesmente porque gosto da coisa.
Eu apenas ponho aqui um adendo - que é importantíssimo.
Eu cobro pelo ensino de TÉCNICAS.
Coisas que tem fundamento prático, cuja funcionalidade pode ser confirmada.
Muitas das vezes me colocando, inclusive, na posição de "Bottom" para
que o aluno possa praticar a técnica ensinada.
Isso em Fireplay, significa que em uma aula sofro o risco de sair de lá
queimado...
Assim como, em Needleplay, significa que posso vir a sofrer um corte ou
arranhão acidental...
- Mas não cobro para "adestrar submisso", "ensinar a teoria do
BDSM", "explicar pelo chat como o BDSM funciona" ou qualquer
outra coisa que seja uma sessão de fato ou que não tenha fundamento prático.
Da mesma forma, cobro por PALESTRAS.
(Participação minha, em eventos formais, com compromisso profissional meu de
estar lá e cumprir com um horário)
(Nesse caso, estou cobrando pelo meu tempo - porque serei uma atração naquele
evento.)
- Não cobro para falar de BDSM à amigos que foram no bar comigo. Ou que foram
ao cinema comigo.
Ou, em resumo, que foram em uma FESTA comigo... Ou que estiveram na minha
casa...
Don Marco
Alighieri Vamos lá Cind. Darei a minha visão das coisas.
BDSM começou na Leather Culture americana.
- E existe em sua forma original até hoje, sendo celebrado na Folsom Street
Fair.
Lá no começo, realmente não haviam mulheres gostosas.
- Apenas homens gostosos no máximo, porque tratava-se de um nicho gay.
Vide "The Leatherman's Handbook" - um livro dessa época, sobre BDSM e
a LC.)
BDSM era apenas uma forma de erotismo e de sexualidade.
O cara fazia aquilo - com outro cara - porque gostava.
Nunca houve uma moralidade implícita na prática, qualquer que fosse, tirando
duas coisas.
1 - Tem que estar agradando aos parceiros.
2 - Aos parceiros? Tem que estar agradando.
Daí o foco nas duas primeiras tríades, criadas por volta de 1975.
SSC e RACK.
Basicamente criadas para tirar, do meio, os malucos que:
1 - Chamavam cárcere privado, de Bondage
2 - Chamavam abusos e possessividade, de Disciplina
3 - Chamavam autoritarismo, de Dominação/Submissão
4 - Chamavam violência doméstica, de SadoMasoquismo.
ESSA era a forma de se desvirtuar o BDSM que existia.
(E que infelizmente ainda existe.)
Então... Não se iluda.
O foco na sessão pode não ser sexual - mas sempre será no mínimo erótico.
MAS...
É feio alguém entrar no BDSM só porque "quer arranjar sexo fácil à
qualquer preço".
Devemos abraçar aqui SEMPRE, uma responsabilidade que tenha o mesmo tamanho de
nosso poder.
É novato?
- Assuma-se.
Tem experiência real?
- Assuma-se.
Quer fazer só sessão avulsa?
- Seja sincero.
Quer BDSM só para fugir do seu casamento baunilha nas horas vagas?
- SEJA HONESTO COM SEUS PARCEIROS.
Quer focar em construir um relacionamento com seu parceiro BDSMer, uma parceria
de vida?
- SEJA coerente com isso!!!!!
O Grande problema é a mentira que existe - mais do que qualquer outro...
E, de resto, recomendo que as pessoas vivam isso aqui sem falsas moralidades...
BDSM não é uma igreja.
Não se baseia na bíblia.
Não é imposta a monogamia aqui.
É apenas necessário?
- Que seja do agrado dos parceiros.
Gabriel Souza Boa noite,
meu caro Don Marco!
Em uma das suas respostas acima, vc comentou sobre um botom tendo uma conculsão
hipoglicêmica. Na maioria dos sites (todos os que eu li até hoje, exceto um, na
verdade), o fator saúde é tratado apenas como algo superficial como
"evitar danos psicológicos", "evitar traumas",
"cuidado para não provocar do ruim", etc.
No único site vagamente mais aprofundado, existia uma lista de materiais de
primeiros socorros.
Onde começa a responsabilidade dos participantes em terem conhecimento
básico/técnico de primeiros socorros e até que ponto isto é importante? Você
teve algum treinamento formal nesse âmbito ou foi puramente empírico?
Don Marco
Alighieri Taí Gabriel... Fiz treinamento em primeiros socorros e estudei
questões da psicologia humana por causa da minha profissão.
Aplico isso, no meu BDSM, para torná-lo mais seguro.
Antigamente eu fazia as coisas indo pelos outros.
Mas cheguei a conclusão de que a melhor abordagem é quando prestamos atenção
não só na prática - como também nas implicações legais E nos possíveis
acidentes.
Recomendo aulas de primeiros socorros para todo mundo que queira embarcar nesse
mundo com segurança.
Assim como o estudo de disciplinas como a PNL, Leitura de Linguagem Corporal,
Inteligência Emocional, Etc...
- Tudo o que agrega valor, vale a pena.
Gabriel Souza Essas
perguntas são quase sempre feitas aqui e ninguém as fez ainda. hehehe
Jà no final, mas é sempre bom botar um pouco de lenha na fogueira. rsrrs
O que pensa sobre a dominação psicológica?
E sobre dominação virtual?
Don Marco
Alighieri Vamos lá Gabriel.
BDSM Virtual - eu considero que NÃO seja BDSM Real...
Assim como Sexo Virtual não é sexo real...
E bichinho virtual não é bichinho real...
Recomendo, inclusive, que as pessoas evitem essa prática ao máximo - SE elas
realmente quiserem experimentar o BDSM de fato. (O BDSM Real.)
Um não serve de degrau, nem de referência, ao outro.
- É isso o que vejo...
(Investir em um, visando o outro, é PERDA DE TEMPO.)
Quanto a dominação psicológica, eu diria que é um dos termos mais redundantes
já criados.
- Porque toda Dominação no BDSM é, de fato, puramente psicológica.
(Ela independe de objetos físicos.)
Hoje em dia usam para definir desde elementos importantes da D/S, que são a
empatia, a habilidade em conduzir.
E as vezes para definir elementos que na realidade não deveriam JAMAIS estar
dentro do BDSM (chantagem emocional, manipulação, etc...) - porque ferem o
princípio de que a prática tem que ser consensual.
(E aqui usam como uma "desculpa"... Uma forma de qualificar como BDSM
o que não deveria ser qualificado..)
Cind Weronese Poet Desculpe ao
grupo, estou reformulando minha colocação: mas a resposta ficou confusa, vista
a pergunta. Não me referi a outros profissionais (até pq não considero BDSM em
nenhuma area de “praticantes” como profissionais - salvo os q já mencionei),
nem tão pouco me referi para um grupo de pessoas puramente bau, me referi
a membros que como vc, e eu chegaram ao meio sem saber nada, e que dependem q
pessoas serias deem continuidade ao compromisso que mantem o BDSM vivo, dar o
que foi recebi (como um bumerangue) , pq foi importante receber. No nosso tempo
não existia internet, então nem estou considerando a troca de conhecimento
feita por esse meio, e me desculpe, mas nenhum membro para mim é uma atração (
não estamos em um circo, ou somos astros), não de bdsm.
Reformulo minha pergunta ao entrevistado: 1° como um membro se torna seu amigo,
para receber de vc (membro de BDSM) orientação sem ter custos?
2° vc acredita que o tempo ou a experiência nos faz (membros experientes na
praatica da vida BDSM) astros, ou especiais, ou realmente uma atração?
Mais uma vez não me refiro a Bau, nem a internet (in box de facebook por
exemplo).
E lembrando que eventos no meio voltados para estudo são pagos, porem todo o
custo revestido no bem estar dos q iram participar do evento, do contrário,
para MIM é comercio.
Caio Flavio Está
encerrada a entrevista com o nobre Don Marco
Alighieri. Agradecemos a participação de todos em especial ao Marco.
A partir deste momento as perguntas estão vetadas e somente o Sr. Marco poderá
se manifestar respondendo a questionamentos já feitos.
Don Marco
Alighieri Fechando as últimas perguntas, com as respostas à
minha amiga Cind.
"1° como um membro se torna seu amigo, para receber de vc (membro de BDSM)
orientação sem ter custos?"
Batendo um papo comigo. Estando aonde estou.
Indo na festa em que vou. Indo no bar em que vou.
Me chamando para um churrasco ou indo em um churrasco meu.
Etc...
Tem N formas.
2° vc acredita que o tempo ou a experiência nos faz (membros experientes na
praatica da vida BDSM) astros, ou especiais, ou realmente uma atração?
Sim - porque antiguidade é posto...
Também porque algumas coisas tem um forte valor artístico.
(Shibari, Fireplay, Suspensão, etc...)
E claro, porque a referência de BDSMer bem sucedido é sempre importante...
Ninguém vai querer pedir ajuda para aquele "cara que ninguém viu
antes" e muito menos para aquele "cara que só faz besteira".
Mas sim para aquele que é conhecido por fazer bem as coisas.
- Isso na vida real... Entre conhecidos...
Link para a entrevista na íntegra, é necessário fazer parte do grupo para visualizar:
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