"Quem tem o poder?", fiz essa pergunta em um grupo no Facebook para ver o que acontecia e para minha pouca surpresa as respostas foram óbvias. Mais uma vez testemunhei praticantes que parecem viver imersos no role play e não sabem distinguir uma pergunta séria de um debate fetichista.
A resposta mais encontrada foi "Dono manda, posse obedece", ok, mas podemos ser um pouco mais profundos aqui?
Sou submissa, como submissa preciso me submeter ao Meu Senhor sempre que lhe for conveniente dentro do que negociamos e ele sabe que não pode simplesmente interferir em minha vida familiar ou profissional.
Para que eu possa me submeter à alguém, ou seja, para que eu possa trocar de poder com alguém, eu preciso ter o poder. Isso significa que eu preciso ter minha vida financeira controlada, eu preciso ser um exemplo de liderança em alguma área (família, trabalho, etc) para que eu seja dona de mim e aí sim ser posse de alguém.
O Poder é e sempre será meu, eu escolhi emprestá-lo ao Dono e se por ventura a relação não for mais satisfatória para mim, eu pego meu poder de volta, calço meu salto, visto minhas roupas e vou embora. Pode parecer muito fácil, mas eu sei que é difícil, porque eu sei o quão forte é nossa ligação, mas o que quero dizer com esse exemplo é que sempre temos o livre arbítrio.
Ao meu ver, ninguém em condições normais abdica de poder por completo, uma vez que sempre podemos romper a relação. Não entrarei no mérito de troca total de poder em que o botton não tem o direito de sair da relação, também nem preciso mencionar que é errado submeter alguém contra sua própria vontade. Prezamos pelo consensual aqui.
As ordens do(a) Dominador(a) estão sempre dentro do que o(a) submisso(a) permitiu. Então se o botton não quer determinada prática, tal prática não deverá ser executada. Se o botton precisa que pare a sessão pois chegou ao seu limite, a sessão deve ser parada.
Desta forma, podemos perceber que o poder é do botton, ou em outras palavras, o poder do botton está sempre acima do poder do Top, ainda que esse botton esteja de joelhos, amarrado, amordaçado e sendo humilhado para alegria de ambos. A brincadeira precisa ser divertida para as duas partes, do contrário é abuso.
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