sábado, 20 de fevereiro de 2016

"NA BERLINDA BDSM" - ELIANE LIMA

No dia 13/10/15 a entrevista foi com a bottom Eliane Lima. Abaixo o conteúdo da entrevista que aconteceu em nosso grupo do Facebook.

Bia Baccellet: Iniciando mais uma série de entrevistas NA BERLINDA BDSM, com a Eliane Lima. As perguntas estarão liberadas após a entrevistada se apresentar!!! Boa noite!!!

Eliane Lima: Bom Sou Eliane Lima. Tb conhecida como Lilly. Tenho 2 anos e oito meses de meio(BDSM).

Bia Baccellet: A primeira pergunta é praxe. Como descobriu o BDSM?

Eliane Lima: Bom. Primeiro em programas de tv no Multishow. Só que eu não sabia o que era na época. O programa nem passa mais. Se chamava Sexytera, se não me engano. Vi um que era uma festa fetichista e povo todo vestido de couro. E outro programa foi um sobre ponyplay. Aí depois li 50 Tons e resolvi pesquisar o q tinha lido no livro as terminologias.

Gabriel Souza: Já vou lançar logo a pedrada q eu tenho que sair. Eliane, vc não se diz masoca, mas o prazer que vc sente com a dor e a sua resistência são muito maiores que as de muita gente que brada o masoquismo aos 4 ventos. Como você vê essa relação de não falar e fazer e não fazer mas falar?

Eliane Lima: Minha grande preocupação sempre foi que esperassem demais de mim. Sei da minha resistência, adoro marcas, mas não tenho essa de gozar apanhando. Adoro uma boa exibição tb. e Cenas em publico me atraem. Acho q isso mexe com minha cabeça e me dá mais resistência.

Simone Ana: Quais praticas mais curte?

Eliane Lima: Adoro Ageplay, pet, fireplay, chuva dourada, fistting, knifeplay tb. E to descobrindo umas coisitas na dominação.

Gabriel Souza: Vc é Little e é Pet. Juntar as duas coisas já aconteceu, tem vontade que aconteça ou são dois fetiches que não se misturam de forma alguma na sua cabeça? Caso já tenha acontecido ou vc idealize a execução desta união, descreve pra gente como seria?

Eliane Lima: Ainda não juntei little e pet na mesma sessão. Tenho loucura de uma festa, ou play com várias pets. Só pets e seus Donos. deve ser mto foda. Tb nunca misturei esses fetiches na minha cabeça. Acho q cada sessão pode rolar de uma maneira. vai depender do parceiro tb. Nunca imaginei uma sessão das duas coisas. Vou pensar sobre isso.

Marco Bauhaus Mishima: Qual foi a melhor descoberta pessoal que já fez no BDSM? E qual foi a pior?

Eliane Lima: A melhor descoberta q fiz no BDSM até agora foi o fireplay. Qdo vi a primeira vez morri de medo e achei q nunca faria. Hj ADORO!! A pior poxa, nem sei. Talvez q tenha muita gente mal intencionada, como em qualquer lugar do planeta.

Patricia Garcia Lima: O que vc procura atualmente no bdsm? Vc teria uma relação baunilha e bdsm?

Eliane Lima: Tô há um tempo sem Ds. Mas sei que preciso. Sim, procuro isso e me aventurar em outras práticas também. E sim misturaria de boa a vida baunilha com a BDSM. Porém jamais viveria de forma dupla. Digo, ter uma relação bau e outra BDSM sem que as partes soubessem.

Adriana Dankas: Como se descobriu com o pezinho no femdom?

Eliane Lima: Meu pezinho no FemDom tá ficando cada vez mais saliente. Algumas práticas como chuva, spanking eu tenho vontade de fazer. E sou louca por praticar inversão

Patricia Garcia Lima: O que vc acha do Bdsm virtual? Vc viveria uma relação assim?

Eliane Lima: BDSM virtual pra mim é uma ilusão. Necessito de contato físico, pele na pele. Olho no olho. Não faria não. Já tive um Dom a distância, bem no inicio. Afff. Nem pensar mais isso. 

Simone Ana: como foi sua acolhida no meio? Do que mais sente falta?

Eliane Lima: Sempre fui bem acolhida no meio, salvo minha Ds com minha "querida" irmã de coleira. Sinto falta de mais festas, onde rolem umas cenas bem legais. Não sei inglês. então sinto falta de poder me aventurar pelo BDSM internacional tb. Leio o q meus colegas traduzem. Minha sorte.

Adriana Dankas: Qual maior "preconceito" já sofreu no meio?

Eliane Lima: Não lembro de ter sofrido preconceito, mesmo sendo gorda, baixinha, branquela. Porém percebo e alguns ficam curiosos com a questão do Ageplay.

Jean Paulo: Boa noite mocinha, como VC enxerga essa nova "onda " de BDSM, principalmente depois de livros eróticos despejados todos os meses nas livrarias, quais seus maiores problemas com isso?

Eliane Lima: Sou muito nova no BDSM para falar desse suposto BDSM antigo. Quanto aos livros, não vejo nada demais, mesmo eles não sendo livros para se ter como parâmetros. E quanto a entrada de novas pessoas e as mudanças no meio, que bom que isso acontece. O mundo se transforma, as coisas são mutáveis, elas evoluem. Por q o BDSM deveria ficar estagnado??

Simone Ana: Já que tocou no assunto. Como vê relacionamentos com irmãs coleira?

Eliane Lima: Hoje em dia procuro uma relação mais monogâmica para DS. Caraca, minha Ds anterior foi bem complicada. Sou ciumenta, chata. Prefiro não ter irmã.

Marco Bauhaus Mishima: Qual coisa mais teve receio de experimentar, e teve uma excelente surpresa?

Eliane Lima: Como disse lá em cima. O fire play foi uma grata surpresa. Realmente me apaixonei e sinto falta (isso é só p te lembrar).

Simone Ana: O que o BDSM representa hoje pra vc?

Eliane Lima: O BDSM representa pra mim uma séria brincadeira de adultos, onde eu posso escapar das minhas mazelas do dia a dia. É tb uma forma de fazer novos amigos e me sentir à vontade e de boa com as loucuras da minha cabeça. Gosto, me divirto, me decepciono às vezes, mas não penso em sair.

Marco Bauhaus Mishima: O que a motivou à iniciar-se nas práticas do BDSM?

Eliane Lima: O que me motivou a inciar-me ao BDSM? Curiosidade e também o desejo de realizar práticas q pra muitos parecem coisa de doido. Como dizer p minha família ou namorado que gosto de um delicioso banho de chuva dourada

Daniel Lima: Você já teve orgasmos no meio de uma sessão ou de uma prática? Se sim, o que acha que levou a isso? Uma prática específica ou as circunstâncias? Já entrou em subspace? Como foi sua melhor sessão na vida?

Eliane Lima: Não tenho essa facilidade em gozar. Me acho uma ET. Já tive orgasmo em sessão e foi com fisting. Curto essa coisa depravada e invasiva, se posso dizer assim. Quanto as outras práticas que curto, me deixam extremamente excitada. Mas preciso de todo um contexto para gozar. Quem me dera ser como as masocas que dizem: Gozo apanhando. Comigo não é bem assim. Tenho lá minhas travas.

Bia Baccellet: É bissexual? Teria um sub, já que tem um pezinho no Femdom? Se assim fosse se assumiria Switcher de boa?

Eliane Lima: Digo que não sou bi. Mas caramba, tem uma professora na minha escola que eu pegaria. Uma gata. E adoraria receber um chuva dourada de uma mulher, ou ter uma sessão onde o Dom me obrigasse a transar com uma mulher. Me assumiria SW sem problemas.

Marco Bauhaus Mishima: O que você considera importante para um praticante ter sempre em mente quando fizer suas sessões? E em relação à escolha de parceiros?

Eliane Lima: Considero importante para uma sessão a pessoa estar bem certa do que vai fazer e com quem. Ter os cuidados adequados com os acessórios e principalmente com o bottom. Quanto a escolha de parceiros. Tem que ter um tempo de conversa, troca de informações e acho até que colher informações com outras pessoas. Escolher o parceiro requer também combinar acessibilidade, disponibilidade e claro as práticas se encaixarem.

Marco Bauhaus Mishima: O que você pensa de sessões avulsas? Valem à pena?

Eliane Lima: Relações avulsas valem a pena sim. Não sou contra. Atualmente faço avulsas. Elas, no meu caso ajudam a suprir minhas necessidades. Contudo, sei tb o qto necessito de uma Ds. Mas isso, mais pra frente.

Marco Bauhaus Mishima: Já teve relacionamentos e/ou negociações que não deram certo? O que em geral os levou à fracassarem?

Eliane Lima: Sim. Já tive relações e negociações que não deram certo. Por falta de experiência, ou quem sabe carência, eu cedi demais e dei o passo maior que as pernas. Hoje tomo mais cuidado. Me coloco, digo o que quero e o que não quero. Não tenho medo mais de falar. Isso tem um preço. Essa semana um Dominador disse que por isso sou sozinha. Porque questiono demais, e não dou chance, não me abro. 

Marco Bauhaus Mishima: Quais práticas experimentou e não gostou? E quais aquelas que jamais experimentaria?

Eliane Lima: Não tenho tanta experiencia. Mas tudo q experimentei. Gostei. Já as que não tenho vontade de experimentar são as ligadas a cortes, perfurações e asfixia.

Simone Ana: Uma fantasia louca que ainda deseja realizar.

Eliane Lima: Uma fantasia louca que desejo experimentar seria uma orgia de chuva dourada. Ou seja, eu no centro e homens e mulheres mijando em mim. Caraleo... Não acredito q contei isso..

Bruna Romão BG: O que você considera ser a maior dificuldade para as pessoas começando agora no meio BDSM?

Eliane Lima: Acho que a maior dificuldade para quem tá iniciando é colher informações sérias sobre o meio. Tem muito blog por aí sem nenhuma seriedade e ensinando monte de coisa errada. Outra dificuldade, aí é a de ter boa vontade. Muitos não querem nem estudar e sim ter tudo pronto, mastigadinho em sites e blogs.

Bia Baccellet: Sessão com sexo ou sem? Se for com sexo, é essencial?

Eliane Lima: Sessão com sexo. Muiiiiiiiito sexo. Apanhar só, nem pensar.. 

Jemima Vieira: Já participou de grupos litúrgicos e como foi a experiência?

Eliane Lima: Sim já participei de grupos ditos Litúrgicos e só vi cagação de regras na foda alheia. Muitos deles resumindo o BDSM a pura e simplesmente Ds. Esquecem q BDSM é muito mais.

Adriana Dri: Acha uma "obrigação" do bottom ter tanto conhecimento que o Top? Digo quanto a práticas.

Eliane Lima: Sim. Acho q o bottom tem obrigação de conhecer as práticas, tanto quanto o Top.

Bia Baccellet: Com que tipo de D/s você se identifica? Teria uma TPE? Porquê?

Eliane Lima: Gosto de um pouco de controle, mas não controle total. Não tenho perfil de escrava. Admiro quem tem. Mas não é o meu caso. Sou extremamente submissa numa sessão. Mas fora daí não curto deixar o controle todo nas mãos de outra pessoa.

Bia Baccellet: vc se relacionaria co um dominante iniciante e ainda inexperiente?

Eliane Lima: Me relacionaria com um Dom iniciante se percebesse nele a vontade de aprender. Se sentisse seriedade. Por outro lado vejo muita gente dizendo que tem anos de BDSM e tem a cabeça tosca e o conhecimentos que caberiam na cabeça de um alfinete. Ou seja, tudo é relativo. Se o Dom é novo, mas é esforçado, vamo que vamo.

Bia Baccellet: Liturgia ou anarquia?

Eliane Lima: Liturgia pra mim são preceitos da Igreja. Contudo, educação, etiqueta e rituais qualquer grupo ou sociedade em qualquer parte do mundo tem. É importante, claro que é, pois vivemos em sociedade, mas não é tudo. E uma pitada de anarquia é sempre bom. Traz reflexão, mudança de comportamento.

Daniel Lima: Seria dominada por uma mulher? Teria uma relação, sendo pet ou little, de uma? (mesmo que possa ter outros relacionamentos, baunilhas ou não, com outros homens).

Eliane Lima: Não tenho a mínima vontade de ser dominada por uma mulher. Não sei ainda porquê, mas vou descobrir. Talvez por disputa?? Sei lá.

Bia Baccellet: Vc sente alguma dificuldade em encontrar material de estudo? Quais suas fontes de informação atuais?

Eliane Lima: Sinto falta de material para estudo, na medida que não falo outras línguas. Assim, leio blogs e sites q confio como o do Daniel Lima, do Gabriel, o Mestres e Servos e Iniciação ao BDSM. Desculpem. Mas no nervoso, não estou lembrando os nomes dos blogs.

Bia Baccellet: Qual a diferença básica entre a Eliane lá do comecinho e a Eliane de hoje?

Eliane Lima: A diferença da Eliane Lima que começou é daquela que chegou sem informação e cheia de ilusão. O dia a dia é muito diferente do que eu pensava. Hoje me sinto mais segura, mais à vontade e mais disposta a experimentar coisas novas.

Bia Baccellet: Teria um relacionamento com um sádico não dominador e não daddy?

Eliane Lima: Não sei se teria relação com Sádico não Daddy. O age é tão presente. Me identifico tanto. Prefiro que seja com um Daddy.

Daniel Lima: A questão do aprendizado é muito pessoal. Alguns querem aprender e experimentar mais; outros não. Você se considera experimentalista? Ou, no momento, está mais sossegada, digamos assim?

Eliane Lima: Sim, vdd. Aprendizado é algo bem pessoal. Mas me esforço, mesmo não tendo muito tempo. E quanto mais aprendo, mais acho que tenho que aprender. E mesmo com medo de algumas práticas, não me fecho não. O fire foi um exemplo disso. Ainda não consegui trabalhar foi o needle, q tenho curiosidade, mas pavor de agulhas.

Bia Baccellet: Na sua resposta mais acima deixou a entender que sua família não sabe do BDSM. Sente necessidade de expor o BDSM pra sua família e amigos?

Eliane Lima: Só alguns na minha família sabem. Mas gostaria de expor. Contudo, sou de família Católica Apostólica Romana. Como explicar que adoro chuva dourada?

Bia Baccellet: Eliane Lima muito obrigada pela maravilhoooosa entrevista!!!! Obrigada pela disponibilidade!!!

Eliane Lima: Quero muito agradecer o convite. Adorei. Me considero iniciante e tão sem experiência ainda. Fiquei nervosa com o note. Mas no final tudo deu certo. Agradeço também as pessoas q vieram aqui me prestigiar. Putz.. Tô me achando a última bolacha do pacote.. hauuauah. Toda quebrada!!


*As entrevistas acontecem em nosso grupo no Facebook periodicamente.


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